Entre terça (17/10) e quarta-feira (18/10), a Fundação Estadual de Proteção Ambiental
(Fepam) deve ter em mãos o resultado das primeiras análises do material retirado do Rio dos
Sinos no domingo.
Os exames, realizados em amostras de água e de peixes, deverão ajudar a reduzir o universo
de empresas suspeitas de despejar, no Arroio Portão, produtos responsáveis pelo maior
desastre ambiental do Sinos.
Desde segunda-feira (09/10), 68 toneladas de animais foram retiradas do rio, que ontem
recebeu a visita do secretário especial da Aqüicultura e Pesca do governo federal, Altemir
Gregolin.
Os resultados devem apontar a atividade da indústria de onde saíram os efluentes.
Comparados com as informações obtidas pelos técnicos da Fepam em vistorias a indústrias, os
dados poderão indicar a lista de empresas suspeitas. É com o cruzamento de dados como
análises da água e do material despejado pelas empresas vistoriadas que a fundação espera
chegar aos responsáveis pelo crime.
- O efluente não vai nos dar um endereço, mas uma idéia da atividade da empresa - explica o
diretor técnico da Fepam, Jackson Müller.
Ele informa ainda que, durante as vistorias, são monitorados o ponto de lançamento de
efluentes, os vestígios encontrados nas margens do arroio, a vazão industrial, a situação
das estações de tratamento das empresas e o processo produtivo.
- Também fazemos levantamentos fotográficos e conversamos com as pessoas do entorno -
acrescenta.
Depois de quase uma semana de investigação, o trabalho da Fepam sofre críticas por parte do
prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT). Ontem (12/10), ele afirmou que na manhã de hoje
representantes da prefeitura participam de uma audiência com representantes da Polícia
Federal para pedir o ingresso da instituição no caso. Ele considera que a fundação não está
sendo ágil na identificação dos responsáveis pela mortandade.
(Por Carla Dutra,
Zero Hora, 13/10/2006)