CTSul terá projeto duplicado
2006-10-13
Fantástico. Se tudo der certo, Cachoeira do Sul iniciará em 2007 um processo de metamorfose rumo ao
desenvolvimento econômico. As profundas mudanças serão proporcionadas pelo projeto CTSul, com a duplicação
de todos os planos da usina termelétrica. Os responsáveis pelo projeto anunciaram terça-feira (10/10) a garantia de
2,7 bilhões de dólares para construir duas usinas a carvão em Cachoeira do Sul, cada uma com capacidade de
gerar 650 megawatts de energia. Não há dúvidas de que este é o projeto mais ambicioso e importante da história
do município. Os números mostram a grandiosidade do empreendimento e revelam que a cidade ainda não está
preparada para este crescimento.
O engenheiro mecânico Ricardo Fialho Sellos, superintendente da empresa Camargo Corrêa, disse que a partir do
início de 2007 começará o processo de seleção de trabalhadores e que entre fevereiro e março do ano que vem a
empreiteira montará, na localidade do Piquiri, uma cidade de lonas, galpões e alojamentos para abrigar máquinas,
material de construção e 4,2 mil operários. A CTSul-1 começa a ser construída provavelmente em junho de 2007 e
a conclusão das obras deverá acontecer em um prazo de quatro ou cinco anos. As obras da segunda usina, a
CTSul-2, deverão iniciar em meados de 2009.
DINHEIRO - Os 2,7 bilhões de dólares que serão usados pela CTSul estão garantidos com um grupo de cinco
empreendedores da Holanda. O nome dos investidores ainda não pode ser revelado, mas sabe-se que eles têm
contratos com pelo menos 15 bancos europeus, instituições que estão dando garantias e aportando os recursos. A
CTSul espera receber dentro de três semanas os primeiros 25 milhões de dólares que serão usados para agilizar
os estudos e ações exigidas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para liberação da Licença de
Instalação (LI). Em fevereiro de 2007, a CTSul deverá receber cerca de 1,4 bilhão de dólares para tocar as obras da
primeira usina.
Importante
Além da duplicação do projeto, a CTSul anunciou ontem a troca dos principais parceiros. O financiamento e a
tecnologia chinesa foram substituídos por um modelo alemão de usina termelétrica e financiamento holandês. O
investimento que antes era de 890 milhões de dólares agora será de 2,7 bilhões. Segundo Douglas Carstens,
presidente da CTSul, foram os alemães que indicaram o financiamento holandês. A tecnologia encontrada na
Alemanha é mais eficiente, com menor consumo de carvão e água para geração da mesma quantidade de energia.
ATENÇÃO
A construtora alemã BKO é a nova parceira da CTSul que irá substituir o trabalho que seria feito pela China National
Machinery & Equipment (CMEC). Segundo o representante da Camargo Corrêa, Ricardo Fialho Sellos, a tecnologia
encontrada na Alemanha, com a BKO, garante um melhor aproveitamento do carvão. “O aproveitamento energético
do carvão é de 47% com a tecnologia da Alemanha. Com o projeto chinês, este aproveitamento da energia térmica
fica na casa dos 32%”, observa Sellos.
(Por Giuliano Fernandes, Jornal do Povo, 11/10/2006)
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