O produtor rural de Bagé, Paulo Krause, da Estância Saibro, de Dom Pedrito, já está colhendo os primeiros frutos do projeto de florestamento que aderiu há cinco anos.

No mês de maio ele começou a colheita de madeira de acácia negra nos 110 hectares de sua propriedade. Krause palestrou no final da tarde de ontem, durante o encerramento do Seminário Agrosilvipastoril, realizado no Salão Nobre da Rural de Bagé, durante a Expofeira. A colheita do bosque deve se estender até a primeira quinzena de janeiro. Pela previsão técnica da Tanac, que adquiriu toda a produção, a média de colheita é de 170 metros cúbicos por hectare. Com isso, o total de área plantada deve resultar de 17 a 18 mil metros cúbicos de madeira. Nesta propriedade, cerca de 30 pessoas estão trabalhando diretamente na colheita, cerrando, descascando, empilhando e carregando.

A produção da madeira vai para uma unidade da Tanac em Rio Grande e a casca vai para a unidade de Montenegro. Conforme o produtor, a colheita no bosque foi antecipada porque a previsão inicial dos técnicos era de sete anos, no entanto, começou nos quatro anos e cinco meses. “Esse resultado demonstra que a zona e o solo são propícios para esse tipo de cultura”, comemora.

Consorciado
Nessa propriedade, consorciado com a floresta de acácia, houve o plantio de melancia nos 110 hectares. Em 2002, durante seis meses foram colocadas 500 cabeças de ovinos. Após a retirada do rebanho ovino houve a entrada de 160 terneiros de ano. Ainda em 2002 até 2004, a área também integrou vaquilhonas de dois anos e eqüinos de serviço. Na primavera de 2005, foram inseridos 130 bois e em maio teve início o corte das madeiras.

O preço pago por metro cúbico de madeira colhida é R$ 23. “Este valor dividido em cinco anos resulta em R$ 23 mil por metro cúbico colhido. Por hectare/ano chega a uma faixa de R$ 209”, enfatiza Krause ao salientar que essa é uma estimativa apenas com madeira, sendo que os bovinos também apresentam bons ganhos neste sistema.

Também foram palestrantes no seminário, o diretor da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), José Lauro Quadros, que também é consultor da Fiergs e diretor da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul); o gerente regional da Votorantim Celulose Papel, João Afiuni Sobrinho, o diretor florestal da Tanac, Luiz Augusto Alves, o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Alexandre Costa Varella, e extensionista da Emater, Tabajara Nunes Ferreira.
(Jornal Minuano, 10/10/2006)
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