A importância da mobilização popular para a preservação do patrimônio histórico, cultural e ambiental das cidades foi tema da palestra realizada ontem à noite (10/10) na Livraria Cultura, em Porto Alegre. Promovido mensalmente pela Fundação Gaia, o evento reuniu representantes de associações de bairro, que abordaram o desafio de preservar em uma época de crescimento acelerado da urbanização e das grandes edificações.

Para tanto, a presença da comunidade tem sido decisiva em algumas situações. Como no caso da rua Marquês do Pombal, que, com a obra do Conduto Forçado Álvaro Chaves, perderia 47 tipuanas que formam o túnel verde da região. O protesto de moradores, no entanto, fez com que a prefeitura reavaliasse o projeto original e desviasse o trajeto da obra. "O que aconteceu na Marquês do Pombal é uma conseqüência do crescimento desordenado", avalia o engenheiro civil Paulo Vencato, que, motivado pelo episódio, se uniu à Associação do Bairro Moinhos de Vento. Para o engenheiro, a sociedade porto-alegrense deve se conscientizar da necessidade de escolher quanto à qualidade de vida e à verticalização da cidade.

Já coordenador do Movimento Porto Alegre Vive, arquiteto Nestor Nadruz, destacou que o aumento de projetos de edificações de grande porte está preocupando a comunidade. Nadruz aponta que a participação popular nesse processo é limitada. "O Plano Diretor tem que trazer benefícios a todos", afirma.
(Correio do Povo, 11/10/2006)
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