Teste nuclear norte-coreano seria um fracasso para a política externa chinesa
2006-10-10
A China denunciou os testes nucleares da Coréia do Norte na segunda-feira e exigiu que o país parasse com qualquer ação que possa piorar tal situação, segundo a Reuters. A agência de notícias afirmou que a reação ao pronunciamento da Coréia do Norte foi publicada em um site do governo.
A Coréia do Norte “tem ignorado a oposição difundida da comunidade internacional e conduziu um teste nuclear audacioso”, afirmou o ministro de Relações Exteriores chinês no web site. “O governo chinês é firmemente contra isto”. O teste equivale a um fracasso ainda maior para a China, que montou um de seus mais abrangentes esforços diplomáticos para encontrar uma solução negociada para a crise nuclear coreana e para evitar a difusão de armas nucleares na península coreana.
Na semana passada, o porta-voz do ministro de Relações Exteriores, Liu Jianchao, tomou a medida não usual de alertar publicamente a Coréia do Norte a não seguir com seus testes planejados. Os líderes chineses também alertaram sobre “conseqüências graves” caso o teste fosse realizado.
A China e a Coréia do Norte lutaram juntas contra os Estados Unidos e seus aliados durante a Guerra da Coréia e eram parceiras ideológicas durante a Guerra Fria. Hoje, a China permanece como a fonte mais importante de alimentos e de petróleo dos norte-coreanos.
Porém a China, que também trabalhou duro para manter boas relações com o governo Bush, tentou trazer os Estados Unidos e a Coréia do Norte para a mesa de negociações. Permanece incerto que tipo de alavanca a China pode querer usar contra a Coréia do Norte. Pequim há muito argumenta que, junto com a remoção do poder nuclear, o país também pretende preservar a paz e a estabilidade na Coréia, e os líderes chineses são vistos como pessoas prováveis a rejeitar qualquer proposta de ação militar.
Eles também podem procurar diluir qualquer sanção para garantir que as restrições no comércio da Coréia do Norte não derrubam o governo, um acontecimento que a China teme que poderia iniciar um fluxo do refugiados e um ambiente político volátil em sua fronteira.
( Por Joseph Kahn, The New York Times, 09/10/2006)
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