Dois escândalos recentes, ocorridos em Paulínia e em Mauá, envolvendo poluição ambiental causada por lixo industrial, demonstram como tem conseqüências graves a ineficiência do Estado de São Paulo nesta área. Em Mauá, foi construído um conjunto habitacional em área anteriormente utilizada como depósito clandestino de resíduos produzidos por indústrias químicas. Em Paulínia, moradores do bairro Recanto dos Pássaros, construído sobre terreno anteriormente utilizado pela fábrica de pesticidas Shell Química do Brasil para despejo de lixo industrial, foram contaminados com chumbo, arsênico, BHC e DDT. Muitos moradores já desenvolveram tumores em órgãos vitais, inclusive crianças, e a maioria das pessoas que moram ou freqüentam o local está sofrendo de intoxicação crônica. Esses dois casos mencionados são de extrema gravidade e exigem providências imediatas, mas não são os únicos. Há vários outros locais que eram destinados a atividades industriais e que, posteriormente, foram transformados em zonas residenciais, sem que as autoridades competentes - prefeituras municipais, secretarias e empresas de fiscalização ambiental - fizessem qualquer verificação das condições de salubridade dos terrenos. (Recicláveis-15/10)