A Assembléia Geral Bianual da Federação Amigos da Terra Internacional, reunida entre os dias 03 e 05 de outubro em Abuja, Nigéria, aprovou uma declaração na qual condena a presença das indústrias de celulose Botnia e Stora Enso nos países do Cone Sul. Ao mesmo tempo, a Amigos da Terra Internacional exige a imediata detenção dos investimentos e que as
companhias sejam responsabilizadas pelos danos infligidos.
A declaração - promovida pela Amigos da Terra Argentina, Núcleo de Amigos da Terra Brasil, Maan ystävät Amigos da Terra Finlândia e Redes Amigos da Terra Uruguai - qualifica de inaceitáveis os impactos sociais e ambientais ocasionados por estas empresas, como a degradação dos aqüíferos e do solo, assim cmo a substituição de cultivos alimentares e a expulsão de pequenos produtores e camponeses.
Estes investimentos proporcionaram conflitos entre os países da Bacia do Rio Uruguai, que se enfrentam por conta dos impactos gerados e em virtude da competição, devido às promessas de benefícios que as empresas citadas fizeram para as respectivas populações.
A federação ambiental também condena a mão dupla que as empresas geraram: "de fato, no Báltico, é impossível realizar empreendimentos de alto impacto sem a devida consulta aos Estados ribeirinhos. Pelo contrário, o Brasil, Argentina e Uruguai não avaliaram, de maneira conjunta, os impactos em toda a bacia, nem permitiram a participação do público.
Na Finlândia, esta cooperação é vista como uma alta prioridade para a proteção do Mar Báltico. A resolução da Assembléia de Amigos da Terra Internacional pede que se parem os investimentos e que as companhias sejam responsabilizadas pelos danos infligidos. As organizações do Cone Sul também avançaram na articulação das estratégias com sua parceria finlandesa, demonstrando que também nos países de origem existe preocupação pelo desempenho destas empresas.
(
Adital, 09/10/2006)