O Museu Paraense Emílio Goeldi comemorou na sexta-feira (06/10) 140 anos de existência. Para celebrar a data, foi realizada uma cerimônia no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, localizado no Parque Zoobotânico do museu, em Belém (PA). Foram homenageados funcionários com mais de 30 anos de serviço no museu, além de representantes da família de Armando Bordallo, ex-diretor e um dos responsáveis pela federalização da instituição. Também foi entregue o Prêmio José Márcio Ayres para Jovens Naturalistas e o anúncio oficial do projeto de reforma e preservação da Coleção Fotográfica do museu.
Ainda dentro das comemorações dos 140 anos do museu, foi lançado o DVD "Tudo começou por uma floresta", sobre o Parque Ecológico do Gunma, área de preservação ambiental com 540 hectares de floresta localizado no município de Santa Bárbara do Pará, na região metropolitana da capital paraense. Com 540 hectares, sendo 400 de floresta nativa e 140 de floresta secundária, o parque pertence à Associação Gunma Kenjin-Kai, ligada à província de Gunma, no Japão, que adquiriu a área na década de 1990, visando à sua conservação.
Produzido em parceria com o Centro de Estudos e Práticas de Educação Popular (Cepepo), o DVD é composto por quatro vídeos, cada um com 20 minutos de duração. O primeiro vídeo conta a história do parque e do projeto de pesquisa e educação ambiental realizado na área. Os outros três apresentam aspectos culturais e históricos da região.
Durante o lançamento, houve a apresentação dos resultados do projeto Conservação Florestal e Educação Ambiental na Amazônia Oriental, que realiza atividades de pesquisas e de educação ambiental. Desenvolvido por pesquisadores japoneses e brasileiros, o projeto, financiado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), destina-se à realização de pesquisas agroflorestais e de reflorestamento, além de atividades de educação ambiental no Parque Ecológico de Gunma.
A partir do projeto, que tem o apoio da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam), pesquisadores do Museu Goeldi e parceiros realizaram o inventário florístico e faunístico da área do parque, além de um levantamento socioeconômico e ambiental das 19 comunidades que integram o município de Santa Bárbara.
História de pesquisas
A história do Museu Paraense Emílio Goeldi, instituição de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, começa no dia 6 de outubro de 1866, quando Domingos Soares Ferreira Penna, juntamente com outros pesquisadores, fundou a Associação Philomática, entidade que tinha o objetivo de estudar o homem indígena amazônico.
Com o tempo, outras áreas de conhecimento, pouco estudadas na época, também se tornaram objeto de estudo, como a geografia e a geologia. Em 1870, a Associação Philomática passou a se chamar Museu Paraense de História Natural e Ethnografia. No ano seguinte, o Museu Paraense tornou-se oficialmente órgão da Província. Em 1889, no final do período imperial, devido à falta de apoio do Estado, a instituição foi fechada.
Dois anos depois, os republicanos organizaram a reabertura do museu. Em 1894, o governador do Pará Lauro Sodré contratou o naturalista suíço Emílio Goeldi (1859-1917), que levou o Museu Paraense a um salto de qualidade. A instituição mudou sua sede para onde hoje está o Parque Zoobotânico e teve início a construção do zoológico e do horto botânico.
Começou também o desenvolvimento das pesquisas da instituição, sendo a biodiversidade amazônica o objeto de estudo. No início do século 20, o museu estava consolidado como centro de pesquisa, enquadrado nas normas tradicionais de museus de história natural. Na década de 1930, a instituição mudou de nome definitivamente para Museu Paraense Emílio Goeldi.
Atualmente, o Museu Goeldi conta com três bases físicas. Em Belém, estão o Parque Zoobotânico (onde se encontram o zoológico e o horto botânico, além de setores administrativos) e o campus de pesquisa (que abriga as coleções científicas e as coordenações de pesquisa). Próxima ao município de Melgaço, a 400 quilômetros de Belém, está a Estação Científica Ferreira Penna, que serve como base de apoio para pesquisadores na Floresta Nacional de Caxiuanã.
Mais informações:
Museu Goeldi.
(
Agência Fapesp, 06/10/2006)