Muito longe, ainda, de poder contar com as reservas a pleno, o Departamento de Águas e Esgoto de Bagé (Daeb) mantém nos mesmos moldes o racionamento no município, que é de 18 horas sem distribuição e 6 horas de abastecimento e prepara-se para a chegada do verão que promete ser de altas temperaturas.

De acordo com as informações obtidas com a assessora de comunicação do Daeb, Cristiane Pereira, as barragens da cidade ainda estão sofrendo com o déficit acumulado de chuvas. A barragem do Piray está 8 metros abaixo do nível normal, a da Sanga Rasa apresenta o maior decréscimo, que é de 6,5 metros abaixo do nível normal e a Emergencial baixou em 3,5metros do seu nível normal. Já o reservatório da Pedreira II, desde que começou a ser utilizado em 4 de agosto, decresceu em 6,2 metros do seu nível.

O volume de precipitações registrado no mês de setembro, que foi de 116 milímetros, foi insuficiente para reverter o quadro de baixa capacidade estocada dos reservatórios. A média histórica de chuvas em setembro, nesta região, é de 164 milímetros.

Os estudos para a construção de uma nova barragem, realizados por uma equipe da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM), tiveram sua primeira etapa concluída na última sexta-feira (29/09). O trabalho dos técnicos envolveu o diagnóstico de verificação de potencial de vazão de poços existentes e que possam auxiliar no abastecimento caso a situação se agrave.

O relatório dessas avaliações será encaminhado ao Ministério da Integração Nacional e ao Daeb nos próximos dias.

A fiscalização do departamento já registrou, desde março, 1022 denúncias de desperdício, realizou 412 advertências, aplicou 18 multas e fez cinco cortes para suspensão de fornecimento. Estes casos tiveram predominância em estabelecimentos comerciais e locais de lavagem de veículos.

O fornecimento emergencial, feito por dois caminhões-pipa da instituição e por um dos bombeiros, distribuiu cerca de 130mil litros de água por dia para os locais mais necessitados.

Outro ponto cercado de atenção pela autarquia foi o dos vazamentos nas redes de distribuição. As equipes de manutenção realizaram, só em setembro, 319 reparos para evitar o desperdício.

A instalação dos hidrômetros, que ainda não chegaram, custará ao Daeb, cerca de R$1,47 milhões. A aquisição das dez mil unidades desses equipamentos custou pouco mais de R$440 mil. Aos proprietários das economias onde serão instalados, caberá o zelo e a conservação dos aparelhos.Após instalados restarão, ainda, cerca de 12 mil economias fora da hidrometria municipal.

Com um olho nas reservas de água e outro nas previsões meteorológicas, toda equipe do Daeb, acrescida de toda a população da região, espera pelas chuvas que, misteriosamente, não caem por aqui em quantidades suficientes para acabar com o problema.
(O Minuano, 04/10/2006)
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