A Secretaria de Agricultura e a Emater/RS-Ascar, com apoio do Sicredi, investem em
oleaginosas para produção de biodiesel. A primeira medida foi realizada ano passado
quando foi realizado o plantio experimental de algumas variedades como girassol, canola
e mamona, em parceria com a Embrapa, que forneceu sementes de diferentes variedades com
o objetivo de testar as que melhor se adaptam ao solo e clima. Conforme o engenheiro
agrônomo da Emater/RS-Ascar de Doutor Ricardo, Francisco Traesel, o resultado foi
positivo. Neste ano o projeto-piloto foi entregue para cinco agricultores, que devem
fazer a produção em escala comercial, e para 2007 a proposta é abrir para todos os
interessados.
Terça-feira (03/10) foi realizada outra etapa para viabilizar o projeto, com o seminário
sobre bioenergia, no Salão Paroquial, ao lado da igreja católica. O objetivo foi
esclarecer sobre a importância econômica e as formas de produção das oleaginosas. Além
disso foi assinado um contrato entre os cinco produtores e a empresa Oleoplan S.A., de
Veranópolis, que se comprometeu a adquirir toda a produção. "Com isso queremos
demonstrar que o município tem capacidade e que há mercado assegurado", afirma Traesel.
Na opinião do engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Alencar Paulo Rugeri, que coordena
o projeto biodisel em nível de Estado, "a produção de oleaginosas para extração do
combustível tem futuro". Ele salienta que na área de energia o Rio Grande do Sul teve a
oportunidade de produzir soja e trigo, e depois, o álcool extraído da cana, que não foi
aproveitado. "Agora é a vez de os agricultores investirem na mamona, girassol, nabo
forrageira, canola e outras variedades, das quais é extraído o óleo para a produção do
biodisel. Cabe ao Estado decidir se quer esta nova alternativa de mercado."
O engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, Luiz Barcellos, apresentou as
culturas mais apropriadas para a extração do óleo e a forma como estas variedades devem
ser cultivadas. "Não estamos aqui para iludir nossos agricultores e passar a idéia de
que com qualquer uma destas - mamona, girassol, canola, amendoim e nabo - haverá a
oportunidade de ganhar muito dinheiro. A lucratividade não é tão significativa, as
vantagens estão no baixo investimento e na fácil adaptação", esclarece. Barcellos fala
do espaço no mercado e da rotação, evitando-se a monocultura, pragas e doenças. "A
diversificação vai aumentar a renda e diminuir o uso excessivo de agrotóxicos", conclui
o engenheiro agrônomo. O seminário reuniu agricultores de Doutor Ricardo e de outros
municípios da região.
(
Informativo do Vale, 04/10/2006)