Terminal de petróleo lança no ar enxofre e poluentes particulados
2006-10-06
O Terminal de Vitória (Tevit) da Petrobras Distribuidora S/A emite poluentes derivados do enxofre, além de particulados. A empresa será monitorada sobre os níveis de emissão, e confirmado que continua emitindo fora dos padrões, o terminal deverá ser interditado. A medida foi indicada pela Comissão de Acompanhamento das Auditorias Ambientais do Condema.
O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema) de Vitória irá discutir a indicação da comissão na reunião ordinária do órgão, no início de novembro. A indicação da comissão foi formalizada no relatório final, já apresentado informalmente ao conselho.
A comissão estudou a análise dos auditores do Tevit referente à auditoria 2003, versão setembro 2006. As auditorias nos empreendimentos potencialmente poluidores são determinadas por lei. Nas análises da auditoria de 2003 foram constatados níveis de emissão de SO² e de poluentes particulados acima dos permitidos pela legislação.
Há suspeitas de que a emissão dos derivados de enxofre ocorra porque são usados combustíveis de baixa qualidade para manter a caldeira. As caldeiras são usadas para aquecer o óleo e facilitar o seu transporte em tubulações. Na ocasião, houve determinação para a paralisação de uma das caldeiras.
A outra caldeira que permaneceu em operação recebeu, segundo indicado pela auditoria, algumas melhorias. No último dia 27, a Comissão de Acompanhamento das Auditorias Ambientais do Condema deliberou que apresentará ao conselho indicação de que o Tevit seja monitorado e que nos próximos 45 dias seja avaliado se as emissões de derivados do enxofre e particulados continuam acima do permitido pela legislação.
Caso os níveis de emissão continuem elevados, a comissão aponta a necessidade de que o Tevit seja penalizado. Uma das possibilidades é a de que seja multado. Outra, a de que a usina seja interditada, medida que poderá afetar o abastecimento de petróleo na Grande Vitória.
A região próxima ao Tevit, já foi contaminada por mais de 30 anos pela Petrobras Distribuidora (BR Distribuidora). A contaminação foi com óleo combustível, em uma área de 10 mil metros quadrados, na Ponta de Tubarão.
O óleo é um poluente perigoso, que atingiu a água da região e também contaminou a terra. Foi impossível avaliar todo o dano ao meio ambiente, causado pelo material estocado no local. A contaminação jamais foi tornada pública, até que foi divulgada por Século Diário, em 2002.
Do local, foram retiradas 1,65 mil toneladas de resíduos de óleo, além de terra contaminada. Este material foi depositado em local apropriado, segundo a Secretaria de Estado para Assuntos do Meio Ambiente (Seama). A multa foi indicada pelos técnicos da secretaria, mas não foi aplicada. O secretário da Seama da época era o biólogo Almir Bressan Júnior. A Petrobras mantém atividades no local desde 1969.
(Por Ubervalter Coimbra, Século Diário – ES, 04/10/2006)
http://www.seculodiario.com.br/arquivo/2006/outubro/05/noticiario/meio_ambiente/05_10_09.asp