A empresa Enerfin Enervento anunciou ontem (05/10)que os Parques Eólicos de Osório já estão operando com capacidade instalada de 100 megawatts (MW). Segundo o diretor geral da empresa responsável por cerca de 1.500MW de energia eólica no mundo, o espanhol Guillermo Planas Roca, esse patamar foi alcançado com a entrada em operação comercial do parque Sangradouro, quando foram concluídos os 25 aerogeradores do segundo parque. Ele salientou que é pequeno, no mundo, o número de empreendimentos desse tipo com capacidade para produzir 100MW. A conclusão do projeto será no final deste ano. "O cronograma da obra está sendo rigorosamente cumprido, conforme contrato com a Eletrobrás", afirmou o presidente da Ventos do Sul, Telmo Magadan. A empresa é responsável pela implantação dos parques.

A energia alternativa é a que mais cresce mundialmente, em torno de 20% ao ano. Para alcançar a potência instalada de 150MW, o maior parque eólico da América Latina irá absorver investimento de R$ 670 milhões, sendo 69% financiado pelo BNDES. Do montante de R$ 465 milhões já aprovados, o banco financiará diretamente R$ 105 milhões. Outros R$ 360 milhões serão custeados por um consórcio entre o ABN Amro Real, Banco do Brasil, Banrisul, BRDE, CaixaRS e Santander. O restante do capital caberá ao Grupo Elecnor.

Existem mais de 40 empresas envolvidas nos Parques Eólicos de Osório. Do total de 75 aerogeradores previstos, 50 já estão em operação. Quando for finalizado o terceiro parque - Índios -, a potência instalada chegará a 150MW. Essa quantidade de energia é suficiente para abastecer o consumo residencial anual de cerca de 650 mil pessoas em Porto Alegre. A produção será adquirida pela Eletrobrás por 20 anos e irá dobrar a quantidade atual de energia eólica no país. Os parques têm uma subestação e uma linha de transmissão de 230KV, com aproximadamente 8km, construídas especialmente para enviar a energia à subestação Osório 2 da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE).

Obtida pelo movimento do ar (vento), a energia eólica será transportada através da rede de cabos subterrânea até a subestação coletora dos parques eólicos. A partir daí, é levada até a subestação Osório 2 da CEEE, quando então passa a ser distribuída aos consumidores finais.

O empreendimento realizado no RS é o primeiro da América Latina a ter torres de concreto que produzirão 2MW de energia cada. A geração de energia limpa evita as emissões de dióxido carbono, um dos gases formadores do efeito estufa.
(Correio do Povo, 06/10/2006)
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