A expectativa dos produtores gaúchos de que o desenvolvimento do biodiesel pudesse aumentar
a cotação da soja no mercado não deve passar de esperança. Esse foi um dos itens debatidos
no seminário sobre biocombustível realizado ontem (05/10) na 9ª Feira Nacional do Trigo
(Fenatrigo), em Cruz Alta.
Para a pesquisadora da Embrapa Trigo Rita Maria de Moraes, o objetivo do desenvolvimento do
biodiesel é a garantia de uma energia renovável, e assim diminuir a dependência brasileira
na importação de diesel.
- A soja é uma commodity regulada pelo mercado externo. O biodiesel trará o grande
benefício, principalmente aos agricultores familiares, de se ter um destino certo para a
produção - destacou a pesquisadora Rita Maria.
Também foram discutidos os potenciais para pequenos e grandes agricultores em outras
culturas utilizadas para a produção de biodiesel no Estado, com destaque para girassol,
canola e mamona. De acordo com o pesquisador da Embrapa Clima Temperado Sérgio dos Anjos e
Silva, a mamona pode passar de 1,2 mil para 40 mil hectares cultivados na próxima safra do
Estado.
- Devido à freqüência de estiagens que estamos tendo nos últimos anos e à resistência da
mamona, esta cultura deverá estar bem estabelecida no Estado - afirmou Silva.
(Por Pietro Rubin,
Zero Hora, 06/10/2006)