Terra poderá entrar em colapso de temperatura
2006-10-06
Em meados deste século, a Terra pode entrar em crise devido ao aumento das temperaturas médias, que estão subindo 0,2 grau centígrado a cada década, devido ao aquecimento global, alertaram nesta quarta-feira (04/10) especialistas reunidos no México. O alerta foi feito durante a segunda reunião ministerial de diálogo sobre o Aquecimento Global e o Desenvolvimento Sustentável, que se encerra nesta quarta-feira na cidade mexicana de Monterrey (norte), com a participação de 20 países.
Salvar a camada de ozônio agrava o aquecimento global
"A temperatura não deve aumentar, em média, mais de 2 graus durante o século em curso, no entanto, ao iniciar o XXI, já temos 1 grau extra e se prevê que se não diminuírem as emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera, a temperatura continuará subindo 0,2 grau em cada década", disse Fernando Tudela Abad, vice-secretário de Planejamento e Política Ambiental do México, que foi porta-voz do encontro.
A este respeito, sustentou que "o aumento da temperatura nas últimas três décadas foi de 0,2 grau centígrado por década, mas se deixarmos que o problema continue sem que nada seja feito, estaríamos em situação de perigo já em meados deste século". Neste sentido, alertaram que perto do ano 2050 os efeitos colaterais serão mais visíveis, pondo em risco o planeta inteiro.
"Nesta época os efeitos vão se fazer sentir. O derretimento do gelo polar no Ártico é muito maior do que estávamos prevendo há muito poucos anos", acrescentou o funcionário. Ele enfatizou que outros efeitos colaterais podem ser: secas, inundações, aumentos desmedidos da temperatura, aumento do nível do mar e, finalmente, o derretimento das geleiras.
No encontro do qual participam ministros do Meio Ambiente e da Energia de Brasil, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido, Rússia, México, China, Índia, África do Sul, Austrália, Coréia do Sul, Espanha, Indonésia, Irã, Nigéria e Polônia também se discutiu as necessidades econômicas para combater o aquecimento global.
"Estamos falando da necessidade de investir 165 milhões de dólares por ano em todos os países em desenvolvimento para enfrentar o desafio energético e neste momento só se vislumbra a metade", lamentou Tudela. O funcionário mexicano disse que está em análise a possibilidade de ampliar o mercado de carbono, o que equivaleria à inclusão dos Estados Unidos. "Os Estados Unidos têm não mais que 5% da população mundial, mas emite cerca da quarta parte dos gases causadores de efeito estufa espalhados no mundo", lembrou.
(Tecnocientista, 05/10/2006)
http://tecnocientista.info/noticia_detalhe.asp?cod=2934