EUA abrem investigação criminal para averiguar cultivo de espinafre na Califórnia
2006-10-06
Investigadores federais abriram uma investigação criminal em acusações que alguns cultivadores e distribuidores de espinafre da Califórnia fracassaram em tomar medidas adequadas para garantir que seu espinafre fosse seguro antes de vendê-lo. Agentes da polícia federal americana e do gabinete de Investigações Criminais do Food and Drug Administration realizou mandados de busca na quarta-feira (04/10) no Natural Selection of Foods de San Juan Bautista e no Growers Express de Salinas.
O Natural Selection, um grande distribuidor de produtos frescos, havia anteriormente recolhido seus pacotes de espinafre fresco. O presidente de operações da distribuidora, Charles Sweat, afirmou em uma declaração que todos os testes nas safras da Natural Selection não mostraram sinais de contaminação. “Nós continuamos a acreditar que a fonte de contaminação estava nos campos dos quais nós compramos nosso espinafre”, afirmou Sweat.
A pessoa que atendeu ao telefone na Growers Express afirmou que a empresa não iria comentar o assunto. A investigação criminal é surpreendente em um susto que deixou 193 pessoas em 26 estados americanos e no Canadá doentes, resultando na morte de uma mulher de Wisconsin e 98 pessoas hospitalizadas, de acordo com o FDA. Todas as vítimas tinham traços de terem ingerido o tóxico E. coli bactéria O157:H7.
Com o foco da investigação se limitando à plantação de espinafre no vale Salinas, o FDA disse aos consumidores na semana passada que eles poderiam voltar a comer espinafre fresco. Onze sacas de espinafre fresco tiveram resultados positivos para o E. coli O157:H7., segundo o FDA afirmou na quarta-feira. O procurador da Califórnia, Kevin V. Ryan, afirmou que os investigadores não tinham provas de que a contaminação era proposital ou que ela tenha continuado.
“Estamos investigando alegações de que certos cultivadores de espinafre e seus distribuidores podem não ter tomado todas as medidas necessárias ou apropriadas para garantir que o espinafre fosse seguro antes de ter colocado-o à venda”, afirmou Ryan. Os investigadores também visitaram o Primus Lab, em Santa Maria, Califórnia, que realiza testes de rotina do E. coli para os cultivadores, segundo Juan Muniz, diretor de operações do Primus. Ele se recusou a discutir as especificidades da investigação.
Os cultivadores normalmente pedem para que o Primus faça testes genéricos para os níveis de E. coli, de acordo com Muniz. Se os resultados são um problema, os cultivadores devem pedir por testes mais específicos, mas não há uma regra definitiva que mostre quando se deve fazer mais testes. As práticas agrícolas são governadas por um código voluntário de boas práticas que diz aos cultivadores para “maximizar os esforços para minimizar a contaminação”, afirmou Muniz. “O que isso significa?”, acrescentou ele, “significa que a situação é complicada”.
( Por Gardiner Harris and Libby Sander, The New York Times, 05/10/2006)
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