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2006-10-05
O manejo sustentável de dejetos animais, além de diminuir o impacto ambiental - no ar, na água e no solo -, pode ser uma opção economicamente interessante para o produtor. Normalmente utilizados como fertilizantes, esses resíduos têm eficiência comprovada, mas não devem ser jogados de maneira indiscriminada no ambiente. De acordo com o pesquisador Egídio Arno Konzen, da área de Agroecossistemas e Sustentabilidade Agrícola da Embrapa Milho e Sorgo, a recomendação é a de que os dejetos sejam submetidos, pelo menos, a algum tipo de tratamento primário (lagoas anaeróbias e aeróbias, compostagem ou esterqueiras), antes de serem reaproveitados. “O tratamento primário melhora a qualidade do material como fertilizante”, explica.

Substituição
Segundo a Embrapa, o uso de dejetos como adubo supre até 70% da necessidade de aplicação de fertilizantes, conforme a cultura. Para Konzen, os dejetos devem ser aproveitados, pois ajudam a reduzir custos de produção. “O biofertilizante pode substituir a adubação química em 50% a 70%. Em alguns casos, a substituição chega a 100%”, diz, destacando que áreas de pastagem e as culturas de milho, soja e café são as que mais correspondem à adubação proveniente de dejetos animais. “Os resíduos são ricos em macro e micronutrientes, como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio. Esses componentes, aliados à matéria orgânica, melhoram as condições físicas e biológicas do solo”, diz.

O pesquisador da Embrapa explica que a aplicação indiscriminada de dejetos animais no ambiente contamina fontes de água, superficiais e subsuperficiais, com germes patogênicos e componentes nocivos à saúde humana e animal. “Nitratos, coliformes e cobre são extremamente poluentes e perigosos.”

Testes
Há cerca de cinco anos, a Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas (MG), vêm estudando o perfil de solos que recebem adubação feita a partir de dejetos suínos, e os resultados obtidos têm sido satisfatórios. “Em pastagens, os resultados são promissores”, adianta. “A produção média de matéria seca em áreas formadas com braquiárias e panicuns, após dois anos de fertirrigação, chegaram a até 8 toneladas por hectare.” A capacidade de suporte também aumentou de 1,2 animal por hectare para mais de 8 animais/hectare. “Houve, ainda, economia de 85% no uso de fertilizantes químicos”, conta Konzen.

Na cultura do milho, a adubação com biofertilizantes alcançou produtividade de até 8.440 quilos/hectare. Para a soja, o índice foi de 3.530 quilos/hectare. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2005/2006, a produtividade média de milho foi de 3.210 quilos/hectare e a da soja, 2.403 quilos/hectare. “A utilização de dejetos de suínos na lavoura é uma opção interessante para produtores de grãos”, afirma.

“A produção de café, normalmente, tem boa produtividade num ano e, no ano seguinte, apresenta uma queda nos índices de produção. O uso do biofertilizante também tem reduzido o efeito da bianualidade.”

Os dejetos suínos, por maior que seja seu potencial como adubo, devem ser tratados como resíduos poluentes, explica Konzen. Por isso, seu tratamento é essencial. “Uma alternativa para diminuir os efeitos indesejados do uso de dejetos no ambiente é sua fermentação em um biodigestor, que pode ser construído conforme a quantidade de dejetos produzidos na propriedade”, sugere.

O metano, principal componente do biogás, obtido pela decomposição de dejetos suínos, é considerado 21 vezes mais nocivo para a atmosfera do que o gás carbônico. Konzen explica que a geração do gás metano ocorre independentemente do uso do biodigestor. “Em lagoas anaeróbias, por exemplo, ele é liberado na forma de gás extremamente leve e altamente prejudicial. O biodigestor, porém, faz a captação desse gás, evitando a liberação na atmosfera.” Com um biodigestor, o metano também se torna uma fonte de energia alternativa para máquinas e outros equipamentos utilizados na agropecuária.

Dieta
A dieta oferecida aos animais interfere diretamente na composição dos dejetos. Uma dieta desbalanceada, além de interferir no desempenho dos animais, gera um resíduo de menor valor agronômico, já que a absorção de nutrientes varia de 40% a 60% do ingerido. “O produtor deve oferecer uma dieta equilibrada, baseada na necessidade de cada animal e, ao mesmo tempo, adotar medidas de manejo que evitem a incorporação de água nos dejetos, racionalizando ao máximo o uso da água nos criatórios.” Uma dica é instalar bebedouros funcionais, que não desperdicem água e, para higienizar o local, aproveitar a água que seria descartada no ambiente. “O contato com a água provoca a diluição dos dejetos, que perdem boa parte de sua qualidade fertilizante.”
(Por Fernanda Yoneya, O Estado de S. Paulo, 04/10/2006)
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