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2006-10-05
O Chanceller britânico, Gordon Brown, está para publicar um estudo inovador, no qual mostrará ao mundo que se nada for feito urgentemente para mitigar as mudanças climáticas, o resultado pode custar muitos trilhões de libras. O estudo, liderado por Nicholas Stern, ex-economista do Banco Mundial, é um duro alerta para líderes mundiais, especialmente George Bush, que o assunto das mudanças climáticas não pode ser adiado com o pretexto que a competitividade econômica será prejudicada ao agir agora.

O relatório, encarado por especialistas como a avaliação mais fidedigna já realizada sobre os custos das mudanças climáticas, argumentará que as economias desenvolvidas, lideradas pelos Estados Unidos, irão enfrentar custos muito maiores se não agirem imediatamente.

Nicholas deu um briefing sobre o assunto ontem, durante um encontro de líderes dos 20 países mais populosos do mundo, realizado no México. O relatório deve ser organizado de maneira a fazer a administração Bush reconhecer que não custará tanto assim para mitigar as mudanças climáticas, mas se nada for feito, o custo pode ser enorme, não só financeiro como ambiental.

Segundo uma fonte do governo britânico, o relatório de Stern deve tornar a economia das mudanças climáticas tão incontroversa como a ciência. O relatório dirá que as mudanças do clima afetarão as pessoas dos países mais pobres, os quais possuem as menores condições de adaptação. A África deve ser atingida severamente. Algumas estimativas indicam quedas na produção agrícola da África de até 12% até 2080, aumentando potencialmente para dezenas de milhões o número de pessoas sob risco de fome.

O relatório explica, com todas as letras, os custos para lidar com ondas de calor, secas, e precipitações mais fortes e mais prolongadas, erosão do solo mais pronunciada, e redução do fornecimento de energia. Apesar de haverem alguns ganhadores econômicos, o relatório deixou claro que os países mais pobres enfrentarão séria falta de alimento, podendo apresentar migrações em larga escala.

A apresentação foi realizada alguns dias após o lançamento de um relatório da PricewaterhouseCoopers, o qual declara que custaria $1trilhão para reduzir as emissões dos gases do efeito estufa (GEE) ao longo da próxima geração. O relatório de Stern é tido como um trabalho ainda mais rigoroso, sendo uma arma vital de Tony Blair e Gordon Brown para argumentar sobre a necessidade de que líderes mundiais concordem sobre os elementos de um futuro quadro de medidas para o período pós 2012, quando expira o Protocolo de Kyoto.

A reunião realizada ontem em Monterrey foi uma continuação para o plano de ações climáticas lançado pelo Inglaterra no encontro do G8 em Gleaneagles em 2005. Como símbolo da sua frustração em relação a Bush, na semana passada Blair participou, através de uma transmissão via satélite, da assinatura da lei climática do estado da Califórnia. Esta lei, apoiada pelo governador Arnold Schwarznegger, estabelece metas rigorosas sobre as emissões de GEE.

Blair disse: “Se conseguirmos a liderança não somente de países fortes no assunto, mas também dos estados dentro dos EUA, e quem sabe de toda a América, há possibilidades enormes.”
(Carbono Brasil, com informações de The Guardian, 04/10/2006)
http://www.carbonobrasil.com/noticias.asp?iNoticia=15413&iTipo=5&idioma=1

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