Ambientalistas apelam à construção de edifícios menos poluentes
2006-10-04
No Dia Mundial da Arquitectura, os ambientalistas entendem que "cabe ao arquitecto a responsabilidade pelo desenho do ambiente construído", sendo a arquitectura sustentável directamente responsável pela qualidade do habitat humano. "A arquitectura não pode nem deve ser encarada como uma mera construção de espaço; ela é muito mais do que isso, trata e influencia directamente todo o habitat humano que, tanto quanto possível, deve viver em harmonia com a natureza", refere a Quercus num comunicado.
A Quercus enumerou alguns impactes negativos da construção e utilização dos edifícios (produção de resíduos, consumo de energia, emissões de dióxido de carbono), lembrando que "está nas mãos do arquitecto" minimizar algumas destas desvantagens.
Projectar edifícios orientados a Sul, com áreas adequadas de envidraçados, colocar sombreamento pelo lado exterior dos vidros para evitar ganhos térmicos desnecessários e incorporar equipamentos que aproveitem as energias renováveis, são alguns dos exemplos do que é possível fazer.
No que respeita aos materiais, a Quercus aponta para o uso de produtos mais sustentáveis, de origem natural, com baixo valor de energia incorporada (energia consumida desde a extracção da matéria-prima até à concretização final do material), reutilizáveis ou recicláveis.
A opção por sistemas de encaixe na execução da obra, evitando colas, de modo a facilitar a sua desconstrução e reutilização no final da vida útil do edifício, é outra medida importante para a associação ambientalista.
Além disso, deve ser dada prioridade à reabilitação de edifícios em detrimento da construção nova, para minimizar "o crescimento desenfreado" das zonas urbanas e reduzir a extracção de inertes e a impermeabilização dos solos.
Em Portugal, 28 por cento da energia consumida e 59 por cento da electricidade gasta, verifica-se na utilização dos edifícios, estando por isso na base das emissões de dióxido de carbono e outros poluentes que afectam negativamente o ambiente.
Grande parte desta energia refere-se aos sistemas de climatização, na maioria das vezes eléctricos, aplicados no interior dos edifícios para proporcionar maior conforto térmico.
(Ecosfera, 02/10/2006)
http://ecosfera.publico.pt/noticias2005/noticia5643.asp