Menos fumo passivo traz menos enfartes, diz estudo italiano
2006-10-04
As internações hospitalares por ataque cardíaco, em pessoas com menos de 60 anos, caiu em 11% na região italiana de Piemonte nos cinco meses que se seguiram à proibição do fumo em locais públicos, na comparação com os números de igual período do ano anterior. Mais importante, dizem os pesquisadores que fizeram o levantamento, praticamente toda a redução parece se dever à queda do fumo passivo. O estudo é da Universidade de Turim.
Os resultados, publicados na edição desta terça-feira do European Heart Journal, reforça a evidência a favor da efetividade das proibições ao cigarro. Segundo um dos co-autores do estudo, o cardiologista alemão Peter Radke, não é mais possível se referir ao fumo como um "crime sem vítimas".
O governo italiano proibiu o fumo em todos os recintos públicos fechados em 10 de janeiro de 2005. Os pesquisadores, chefiados pelo médico Francesco Barone-Adesi, analisaram as admissões em hospitais com diagnóstico de enfarte agudo do miocárdio e as mortes causadas por enfarte agudo do miocárdio entre janeiro de 2001 e junho de 2005, para moradores do Piemonte.
"De fevereiro de 2005 a junho de 2005, o período imediatamente após a proibição, descobrimos uma queda significativa nas entradas por enfarte agudo do miocárdio entre homens e mulheres abaixo dos 60 anos, com 832 casos, comparados a 922 dos mesmos meses do ano anterior. Além disso, as taxas do enfarte vinham aumentando entre 2001 e 2004, portanto a redução que vimos não pode ser atribuída a uma tendência de longo prazo", afirma Barone-Adesi.
Ele disse que reduções tanto no fumo ativo quanto no passivo contribuíram para a queda, mas que apenas 1 ponto da redução poderia, provavelmente, ser atribuído à queda no fumo ativo, conclusão tirada depois de uma análise dos efeitos da proibição nos hábitos dos fumantes.
(Estadão, 03/10/2006)
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