Lixo eleitoral produz poluição ambiental e visual em Passo Fundo
2006-10-03
Sábado (30/09), nos últimos momentos antes das eleições, a sujeira nas principais ruas da cidade era imensa.
Havia santinhos e fôlderes de propaganda partidária e de candidatos espalhados por toda a parte. Já no domingo
pela madrugada (01/10), uma equipe de dez varredores cooperativados trabalhou intensamente e limpou a área
central, trecho compreendido pela Moron, Av. Brasil e as transversais da Fagundes dos Reis até a Av. 7 de
Setembro. Depois a equipe de varrição do Programa Apoiar e Comprometer cuidou das demais vias do Centro.
Nesse mutirão foram recolhidas duas cargas desse tipo de lixo eleitoral, porém, devido à chuva que caiu no
domingo à tarde, o material que poderia ser reciclado acabou ficando deteriorado e misturado a outros tipos de
detritos, por isso seu destino será o aterro sanitário.
Por determinação da Justiça Eleitoral, a Secretaria de Serviços Urbanos deveria fotografar os cavaletes que ainda
estavam dispostos pelos canteiros da cidade no sábado à noite. O material foi recolhido e está depositado no
depósito da secretaria. Os partidos têm prazo de três dias para retirar o material, depois desse período, o que
sobrar será doado ao Comitê da Cidadania.
O titular da pasta, José Eurides de Morais, disse que a maioria dos cavaletes que restou nas vias públicas era de
candidatos de fora da cidade. O secretário também observou que havia menos santinhos nas ruas, se comparado à
eleição municipal.
O Comitê da Cidadania, desde ontem pela manhã, já começou a receber os santinhos, bandeiras de pano e
plástico e as ripas utilizadas como suporte dos cavaletes e bandeiras. Segundo a coordenadora do comitê, dona
Heloísa Almeida, nos anos anteriores também havia sido solicitado aos partidos que esse material fosse entregue
ao comitê, mas somente uma vez a entidade obteve resposta positiva. O material será utilizado para fazer capas de
colchões, artesanato, lenha para o sopão e repassados aos grupos organizados de catadores. A coordenadora
ainda espera muitas outras doações, principalmente as bandeiras de pano que viram capas de colchões,
acolchoados e cobertas.
O tipo de papel utilizado nos fôlderes e santinhos pode levar de seis meses a um ano para se decompor e, apesar
do tempo parecer relativamente curto, ele também causa danos ambientais. Em função da chuva e do vento, esse
material acaba dentro dos bueiros, que pode resultar em alagamento por entupimento, e chegar aos rios. Nos rios,
esse lixo pode acabar servindo de alimento para os peixes ou matar a vegetação, por ficarem depositadas sobre
elas. Além disso, o material causa poluição visual nas cidades.
Conforme o diretor de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Paulo Pinheiro, "os
candidatos deveriam encontrar maneiras mais saudáveis de conquistar votos, procurando formas que não poluíssem
o meio ambiente e isso já deveria acontecer já no planejamento das campanhas".
(O Nacional, 03/10/2006)
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