O mistério envolvendo os estrondos no loteamento Moinhos de Vento, zona oeste da cidade, que desde o início do
ano incomodam os moradores e, mais recentemente, preocupam os freqüentadores da Igreja Nossa Senhora da
Saúde, pode ter um desfecho. Desde a semana passada, foram instalados dois sismógrafos, aparelhos que medem
movimentos subterrâneos, em pontos estratégicos.
- Não vamos divulgar a localização exata dos equipamento para não prejudicar os estudos nem causar tumulto
entre os moradores - diz o secretário do Meio Ambiente, Ari Dallegrave, informando que os sismógrafos funcionarão
até o final desta semana.
No final de agosto, uma força-tarefa envolvendo a prefeitura, o Exército e a Patrulha Ambiental chegou à conclusão
de que os barulhos teriam causa natural. Em função disso, estudos científicos foram pedidos para confirmar a tese.
- Seria até bom que estivessemos errados e que o problema tivesse uma causa externa. Seria melhor de resolver -
diz Dallegrave.
Para acompanhar as buscas pelos estrondos, o professor e engenheiro de minas da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (Ufrgs), Jair Carlos Koppe, vem a Caxias semanalmente. Conforme ele, os sismógrafos apenas
informam a intensidade das vibrações. A partir disso, outros equipamentos, que virão de São Paulo, determinarão a
localização dos estrondos.
Como funciona
Os sismógrafos ficam dentro de uma caixa, que mede pouco mais de 15 centímetros, e são enterrados em um
buraco com cerca de 10 centímetros de profundidade. Conforme o engenheiro de Minas Jair Carlos Koppe, o
funcionamento dos aparelhos é bem simples. Eles possuem um geofone, que capta as vibrações do terreno. A
partir disso, são feitos os registros, que se parecem com um eletrocardiograma. Os picos indicam grande
movimento e as linhas retas, sinais de que houve pouco ou nenhum abalo.
(
Pioneiro, 03/10/2006)