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2006-10-03
A indústria do álcool solicita do governo federal o aumento da mistura do álcool anidro à gasolina de 20 para 25%, o que representará a significativa melhoria das condições ambientais, especialmente nas grandes cidades, além da possibilidade de diminuição do preço do derivado do petróleo.

Conforme o levantamento da produção da safra canavieira de 2006-2007, haverá a fabricação suficiente do combustível ecológico, a fim de atender à demanda interna, atualmente de 1 bilhão de litros mensais, bem como às exportações, estimadas em cerca de 3 bilhões de litros neste ano. Ademais, a elevação em causa de mais 5% representaria a venda adicional de 600 milhões de litros de álcool, até o final de abril de 2007, quando terá início o novo período de safra.

Seria oportuno, igualmente, que o governo deliberasse sobre a implantação do sistema de financiamento dos estoques do álcool produzido, o que não acontece desde o ano de 2004. A operação ficou conhecida como “warrantagem”, eis que a colheita agrícola é processada em seis meses e a venda em doze, obrigando o industrial ao armazenamento do energético, assumindo totalmente o ônus financeiro do depósito. A mistura do álcool à gasolina foi reduzida para 20%, no início deste ano, após a majoração do preço nas destilarias e aumento significativo das exportações.

O conceituado jornal americano The New York Times tem dedicado matérias à produção alcooleira do Brasil, reputando-a uma das mais eficientes, promissoras e competitivas do universo. Para o editorialista, Thomas Friedman, após a sua recente visita ao Brasil, a era do petróleo não irá se encerrar por vir a faltar petróleo, mas sim porque o combustível fóssil subirá tanto, que serão desenvolvidas alternativas e substitutivos viáveis e econômicos, como é o caso do álcool da cana, do milho ou qualquer biomassa.

As metamorfoses ocorridas, recentemente, na indústria sucroalcooleira do Brasil, transformaram-na na condição de setor estratégico e ligado à soberania nacional, no momento em que a energia representa o insumo primordial para o desenvolvimento das empresas e dos povos. Há dias, o presidente da grande nação americana, George W. Bush, proclamava a imprescindibilidade de maior produção do álcool e do biodiesel, nos Estados Unidos e no resto do mundo, como soluções pragmáticas para a redução do consumo do petróleo e melhores condições ambientais e da saúde da população, devido ao uso em grande escala dos combustíveis fósseis.

No entanto, a imposição de taxas governamentais nos EUA obstaculam as maiores exportações do álcool de cana brasileiro para a América. Apesar dos tributos cobrados (US$ 0,54 centavos por galão), graças à eficiente e competitiva indústria alcooleira brasileira, mesmo recuando o preço do barril do ouro negro a US$ 40, o que é inviável, o álcool do Brasil continuará concorrente.

Argentinos, da mesma forma, estão desejosos de promover a produção do álcool em larga escala, no norte do país, onde estão localizadas as suas usinas de cana, nas províncias de Jujuy, Salta e Tucuman. À semelhança dos americanos, embora a produção com aproveitamento do milho seja mais cara, os empresários da Argentina pretendem construir cerca de 40 destilarias, liderados pela Maizan, uma entidade que congrega a cadeia produtiva do milho, na vizinha nação.

Após as eleições brasileiras poderá haver um reajuste dos combustíveis, embora a gasolina brasileira já se encontre quase 10% mais cara do que a americana ou de outros países, em decorrência da subida do preço do barril (outubro, US$ 67 o barril) e do aumento do dólar. O último reajuste da gasolina, entre nós, ocorreu em 10 de setembro de 2005, com o aumento de 10% para a gasolina e 12% para o diesel. Os analistas mais reputados consideram provável que o petróleo supere os US$ 70 por barril no final do ano. Daí, a possibilidade do aumento de 6% a 7% nos postos, após o período eleitoral.

A Petrobras, com o seu firme propósito de transformação numa das maiores empresas mundiais de energia (eletricidade, gás natural, petróleo e derivados, biomassa e biodiesel), poderá ajudar a indústria privada na estruturação do mercado interno e contribuir para o aumento das exportações. Com efeito, existe, na nossa principal empresa do Estado, um forte movimento de participação na indústria do álcool e do biodiesel, como sócia dos empresários brasileiros.

Com a produção de 375 milhões de toneladas anuais de cana-de-açúcar, 17 bilhões de litros de álcool e 26 milhões de toneladas de açúcar, o Brasil poderá, sem dificuldade, aumentar a área agrícola plantada, em face da disponibilidade existente de áreas agricultáveis, tecnologia nacional, mão-de-obra abundante e condições climáticas altamente favoráveis.
(Por Luiz Gonzaga Bertelli, DCI, 01/10/2006)

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