Brasil discute utilização da energia nuclear
2006-10-02
A expansão do uso de energia nuclear no Brasil, que coloca ambientalistas e representantes do setor energético em lados opostos, será tema de dois eventos importantes nesta semana. Quarta-feira, em Brasília, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) reúne na mesma mesa representantes dos ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia, que têm posições diferentes quanto ao assunto. No mesmo dia, começa o Seminário Franco-Brasileiro de Geração Nuclear, que apresenta a experiência francesa em Curitiba (dia 4/10), no Recife (5/10), em São Paulo (9/10) e no Rio (10/10).
"Estamos preocupados com a oferta de energia, com a dificuldade para licenciamento ambiental de hidrelétricas e a falta de gás para as térmicas", diz o presidente do Conselho de Infra-Estrutura da CNI, José de Freitas Mascarenhas. Aumentar a participação da energia nuclear na matriz energética, hoje em 2,1%, passa pela conclusão de Angra 3. "A tendência é que nosso potencial hidrelétrico se esgote e a energia nuclear é candidata natural para atender a demanda", diz o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmerman. Um estudo do ministério mostra que a energia de Angra 3 deverá custar entre R$ 135 e R$ 140 por MWh, valor mais competitivo do que o de estudos anteriores, de R$ 180/MWh, e similares aos oferecidos às termelétricas no último leilão de energia nova.
(Por Lorenna Rodrigues, Gazeta Mercantil, 02/10/2006)
http://www.gazetamercantil.com.br/integraNoticia.aspx?Param=17%2c0%2c1%2c231655%2cYTRE