Desmatamento e poluição são os principais responsáveis pelo aquecimento global, diz relatório do Greenpeace
2006-10-02
O desmatamento na Amazônia Legal, região de floresta tropical que invade território mato-grossense, e a poluição industrial liberada nas grandes cidades foram apontados em novo relatório do Greenpeace como os principais motivadores do aquecimento global no mundo.
“Mudanças do Clima, Mudanças de Vidas – Como o aquecimento global já afeta o Brasil” é um compêndio de pesquisas sobre os prejuízos deste fenômeno que só tira o sono dos que pensam em deixar para os descendente um importante legado natural e não um planeta desertificado. A falta de água já é uma realidade em diversos países do mundo e o desmatamento na Amazônia influi nisso, porque a floresta exporta para outras regiões umidade suficiente para provocar chuvas.
A prática da poda criminosa, para o Greenpeace, é que vem favorecendo a catástrofes, como o furacão Katrina nos Estados Unidos. E “o que parecia impossível aconteceu. Um furacão atingiu em março de 2004 cidades costeiras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, como consta no relatório. O “Catarina” danificou mais de 32 mil casas e destruiu 400, com prejuízos avaliados em R$ 1 milhão.
No Brasil, 2005 foi o ano mais quente desde 1880, quando se iniciaram os registros de temperatura, diz o relatório. No último século, a temperatura no planeta já subiu 0,7 graus C. A tendência é ainda de elevação para mais 1,4 graus C e 5,8 graus C, nos próximos 100 anos.
“Quem vai sofrer mais e primeiro com o aquecimento global somos nós do terceiro mundo, porque já vivemos na faixa mais quente do planeta”, alerta o engenheiro agrônomo Marcel Madureira, do Greenpeace, que está em Mato Grosso desde abril, visitando escolas públicas e particulares, em campanha contra alimentos transgênicos, outra bandeira da ong. Para ele, algumas ações governamentais, como a “Operação Curupira” da Polícia Federal, ajudam a coibir o desmate ilegal, mas esta deve ser uma bandeira de todos.
(Por Keka Werneck, Diário de Cuiabá, 30/09/2006)
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