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2006-10-02
O mundo teria que abrir mão somente de um ano de crescimento econômico ao longo das próximas quatro décadas para reduzir suficientemente as emissões de carbono, segundo um relatório publicado por consultores da PricewaterhouseCoopers. Os consultores oferecem uma estratégia “green growth plus", combinando eficiência energética, maior utilização de renováveis, e captura de carbono para reduzir as emissões em 60% até 2050. A energia nuclear, diz o relatório, pode ter uma função, mas não é crucial.

Este cenário, envolvendo pequenos sacrifícios em termos de crescimento econômico, poderia ser alcançado somente se estas ações fossem tomadas sem mais atraso, alerta o relatório. “Se os países adotarem uma abordagem ‘business as usual’, o resultado poderia ser o dobro das emissões globais de carbono até 2050,” disse John Hawksworth da PwC.

“Nossos analistas sugerem que há opções tecnicamente tangíveis e com um custo relativamente pequeno para controlar as emissões de carbono para a atmosfera. Estimativas sugerem que o nível do PIB pode cair em no máximo 2-3% em 2050 se a estratégia for implementada.”

A PwC prevê que o G7 (sete economias líderes do mundo) poderia reduzir as suas emissões aproximadamente pela metade até 2050, enquanto os países emergente (E7 – China, Brasil, Índia, Rússia, México, Indonésia e Turquia) poderiam até aumentar as suas emissões em 30% ao longo deste período.

“Para isto ser alcançado, mais ações precisam ser tomadas pelos governos, empresas, e indivíduos em relação a um amplo quadro de medidas para aumentar eficiência energética, adotar combustíveis misturados mais ‘limpos’, e introduzir tecnologias de captura e estocagem de carbono em usinas de energia e outras grandes unidades industriais,” disse Hawksworth.

O relatório diz que uma combinação de todos estes fatores é necessária para estabilizar os níveis globais de CO2 em 450 partes por milhão, o número mais aceitado na opinião científica.

As projeções da PwC vêem a China ultrapassando os Estados Unidos como maior emissor mundial de CO2 até 2010, enquanto as emissões totais do E7 seriam mais que o dobro das emissões do G7 até 2050, sendo que o ‘grande trio’ (China, Índia e Estados Unidos) seria responsável por um pouco mais da metade, com um crescimento de 45% das emissões em relação aos dias atuais.

A substituição para combustíveis misturados menos intensos em carbono, mais do que dobraria a cota atual de utilização de energia primária não fóssil para cerca de 30% até 2050. Esta medida sozinha seria suficiente para reduzir as emissões de carbono em 25%. A PwC acredita que os renováveis poderiam dar conta, sem ter que utilizar tecnologia nuclear, minando o argumento de Tony Blair que a energia atômica é crucial.

Os crescentes ganhos com eficiência energética para 2.6% ao ano (hoje é de 1.6%), reduziria as emissões em um terço, enquanto a captura e estocagem de carbono (bombeamento das emissões de usinas de energia para campos subterrâneos desativados de gás) poderia alcançar mais 20%.
(Carbono Brasil, 29/09/2006)
http://www.carbonobrasil.com/noticias.asp?iNoticia=15331&iTipo=5&idioma=1

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