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2006-09-29
As repetidas denúncias feitas da tribuna da Câmara dos Deputados por Marcus Vicente (PTB-ES) contra a poluição do ar na Grande Vitória, produzida principalmente pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), despertaram a ira da empresa. A retaliação está vindo "nesta reta final de campanha", denuncia o deputado.

Em comunicado divulgado por sua assessoria, o deputado Marcus Vicente lembra que o impacto da poluição ambiental "sobre a vida dos capixabas, notadamente os moradores de Vitória e Vila Velha", vem sendo denunciado periodicamente na Câmara dos Deputados. Daí as empresas não terem o menor interesse na sua reeleição.

A atuação da empresa contra o deputado vem se intensificando. "Nesta reta final de campanha, o deputado está sentindo todos os dedos dos poluidores no cerceamento de seu acesso a importantes setores, dentre eles o próprio governo do Estado", acentua a assessoria.

Lembra: "A constatação de que as grandes empresas não têm interesse na reeleição do deputado federal Marcus Vicente por causa da posição dura que ele assumiu em seu mandato em relação aos impactos ambientais, principalmente na Grande Vitória, é antiga".

Cita a assessoria que "pelo menos uma vez por mês Marcus Vicente tem subido à tribuna da Câmara dos Deputados para denunciar não apenas a poluição provocada pela Vale do Rio Doce na Grande Vitória, mas também a ação predatória da empresa nos setores de produção e transporte de minério no País".

Marcus Vicente defendeu na Câmara a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as circunstâncias da privatização da Companhia Vale do Rio Doce, que o deputado entende como tendo sido lesiva aos interesses nacionais.

Mas nada tem despertado tanto o interesse de Marcus Vicente - e, por isso mesmo, provocado a ira das empresas - quanto o impacto da poluição ambiental sobre a vida dos capixabas, notadamente os moradores de Vitória e Vila Velha.

Da tribuna da Câmara dos Deputados, Marcus Vicente divulgou os estudos realizados pela Associação Capixaba de Proteção ao Meio Ambiente (Acapema) apontando os estragos provocados pela poluição atmosférica na Grande Vitória.

De acordo com esses dados, cerca de 264 toneladas de poluentes são lançadas na atmosfera diariamente (o que corresponde a 96.360 toneladas ao ano) pelas grandes siderúrgicas instaladas na região. O impacto dos poluentes é forte, principalmente sobre as regiões de Camburi, Jardim da Penha, Praia do Canto, ilhas do Boi e do Frade, Enseada do Suá e Praia da Costa.

Nos seus discursos Marcus Vicente lembra: "A Acapema apontou que entre os 59 poluentes atmosféricos, 28 são altamente nocivos à saúde, destacando-se micropartículas de ferro e derivados de enxofre. Estes últimos, em contato com a água, produzem ácido sulfúrico. A poluição atmosférica afeta não apenas o meio ambiente, mas também a saúde da população".

De acordo com o parlamentar do PTB, a incidência de vários tipos de câncer, doenças alérgicas e respiratórias, além da baixa da imunidade às doenças entre os habitantes da Grande Vitória, têm sido associados à poluição do ar.

E a repercussão no custo de vida é imediata. "Cada morador da Grande Vitória gasta, em média, R$ 100,00 por ano para se tratar dessas doenças. Estima-se que, em decorrência da poluição atmosférica na região, de R$ 3,7 a R$ 4,4 bilhões de recursos públicos e privados, já tenham sido consumidos para tratamento de saúde da população", disse Marcus Vicente.

Ainda de acordo com as informações levadas ao deputado e por eles várias vezes divulgadas na Câmara dos Deputados, o Instituto de Física da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) realizou um estudo apontando a origem dos poluentes.

Segundo esse estudo, 50% da poluição do ar na Grande Vitória tem origem nas siderúrgicas implantadas na região: a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) responde por 20-25% desses poluentes, a Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST)-Arcelor, por 15 a 20%, e a Belgo-Arcelor, por 5 a 8%.

As usinas da CVRD em Tubarão começaram a ser instaladas no final da década de 60. Formam atualmente um complexo com sete usinas de pelotização, com capacidade total de produção de 25 milhões de toneladas de pelotas/ano.

Marcus Vicente está preocupado ainda com o processo de licenciamento da oitava usina da empresa, com capacidade para produzir 7 milhões de toneladas/ano. Além disso, prevê-se a otimização da produção das atuais usinas, elevando a produção para 39,5 milhões de toneladas de pelotas de ferro por ano em Tubarão.

Também está prevista a expansão das outras siderúrgicas. A CST-Arcelor está concluindo sua terceira usina, o que aumentará a sua atual produção, de 5 milhões de toneladas anuais, para 7,5 milhões de toneladas por ano de placas e bobinas de aço. A Belgo-Arcelor anunciou que já elevou sua produção para 600 mil toneladas anuais. E a CST e Belgo promoverão novos aumentos na produção, agora que fazem parte do grupo Arcelor-Mittal.

"Considerando que o estudo realizado pela Universidade do Espírito Santo é de extrema relevância para o conhecimento mais aprofundado da situação da poluição atmosférica na Grande Vitória e a adoção das medidas necessárias à salvaguarda da qualidade do meio ambiente e da saúde humana, solicitamos uma ação da Câmara dos Deputados para acompanhar de perto a situação", avisou Marcus Vicente.

Mas as empresas não estão deixando barato, e promovem retaliação ao deputado. O peso do seu poderio já está sendo sentido por Marcus Vicente, no final da atual campanha eleitoral. Mas, diz o deputado, as empresas não vão impedir que ele caminhe.

"Meu trabalho tem sido na defesa dos interesses da população e não vou me curvar. O voto é um momento de absoluta soberania do eleitor, que está muito mais consciente e não se deixa intimidar. É o voto consciente que busco", disse Marcus Vicente.

Ele prometeu que até sexta-feira (29) vai entregar em cada apartamento nas regiões mais afetadas pela poluição, um documento marcando sua posição contra a poluição do ar.
(Por Ubervalter Coimbra, Século Diário – ES, 27/09/2006)
http://www.seculodiario.com.br/arquivo/2006/setembro/27/index.asp

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