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2006-09-28
Vários produtores brasileiros estão se adequando às práticas da pecuária moderna, em que os cuidados com o ambiente têm um peso grande no processo produtivo, haja vista o rigor da legislação nacional e internacional. Alguns pecuaristas estão procurando adequar-se a essas normas, outros já estão certificados, como a Fazenda Terra Boa, em Guararapes (SP), que no mês passado conquistou o ISO 14001, da certificadora BVQI, relacionado às práticas ambientais.

Segundo o proprietário da fazenda, José Luiz Niemeyer, a preocupação com o ambiente é antiga, tanto que o seu pai, José Travassos dos Santos, recebeu, em 1957, da Secretaria da Agricultura de São Paulo, o título de Campeão Conservacionista Regional. “Foi um reconhecimento pelo uso correto de práticas sobre conservação de solo, as quais, na época, o mundo nem sonhava que teriam tanto peso no futuro.”

Produção e preservação
“Conciliar a produção da fazenda com a preservação ambiental garante a sustentabilidade do negócio”, argumenta. “Além de ser prazeroso, é dever do fazendeiro.”

Desde a fundação da fazenda, nos anos 50, houve sempre uma preocupação ambiental, mas de forma amadora. Há três anos, porém, Niemeyer contratou uma consultoria para orientar esse trabalho.

O projeto ambiental da Terra Boa prevê várias ações de gestão, como o reflorestamento das áreas de preservação permanente e de reserva legal, além da conservação das áreas já existentes e a instalação do viveiro de mudas nativas, com a ampliação da área de matas e a formação de banco de sementes.

Sem desperdício
Conservação das nascentes e mananciais; cuidados com os animais silvestres, sendo proibidas a pesca e a caça ilegais; conservação do solo, com a redução de áreas erodidas, são outras prioridades, conta o dono da fazenda, acrescentando que, além da coleta seletiva de lixo, há também iniciativas voltadas para a redução do desperdício de água e de energia elétrica; destinação adequada de todos os resíduos das atividades produtivas; adoção de planos de prevenção de riscos ambientais e de saúde ocupacional; uso de EPIs pelos funcionários e formação da equipe de brigada de incêndio.

Segundo Niemeyer, funcionários e moradores passam por treinamentos constantes, visando à reciclagem dos conhecimentos e à manutenção da motivação das pessoas envolvidas no sistema de gestão ambiental. “O processo não terminou no ISO, ele é avaliado constantemente e com novos desafios.”

Antes da lei, fazenda já preservava
A Fazenda Paredão, em Oriente (SP), tem 1.300 hectares, dos quais 23% correspondem à área de reserva legal. São270 hectares de florestas nativas, hábitat de inúmeros animais da fauna local. Fora isso, além da reserva, há 18% de área com reflorestamentos plantados com essências nativas - tem até aroeira -, eucalipto e pinus. “Isso tudo foi feito há 15 anos, numa época em que poucos falavam sobre preservação ambiental”, afirma o proprietário da fazenda, Nelson Pineda, que dirige a propriedade com a esposa Claudia Pineda.

Em 1995, a fazenda recebeu o Prêmio Banespa de Conservação Ambiental e Produtividade, iniciativa conjunta com o governo do Estado de São Paulo, em reconhecimento às práticas conservacionistas. “Conseguimos um nível bom de produtividade com respeito ao meio ambiente”, observa. “Embora os cuidados com a preservação ambiental sejam uma exigência legal, para nós esse conceito é anterior à lei.”

“Na Paredão, todos os piquetes têm área arborizada, o que permite criar um microclima e baixar a temperatura em 2 a 3 graus”, conta. ”Além de atrair animais silvestres, as árvores funcionam como um quebra-vento natural.” As áreas de preservação permanente estão cercadas e plantadas, para não permitir a entrada do gado. As nascentes também são protegidas com cerca e plantadas. “Meu gado não entra nessas áreas.”

Exigências
Pineda conta que atualmente há dois tipos de exigências: as legais e as de mercado. Ele observa que as barreiras não-tarifárias, impostas pela União Européia, como as sanitárias e as relacionadas com o meio ambiente e o bem-estar animal, vão ser mais fortes do que as barreiras tarifárias. “Elas impedem a entrada da mercadoria, fecham o mercado para o produto, portanto, são mais fortes que as tarifárias”, analisa.

Ele acrescenta, porém, que, mesmo que não existissem barreiras, a preservação ambiental da propriedade é uma prioridade, um questão de cidadania. “Não me vejo administrando uma fazenda que eu não possa passar para os meus filhos a terra mais cuidada e em melhor condição do que quando eu a recebi”, diz. “Você não pode entregar uma terra degradada, e sim melhorada”, argumenta Pineda, que cria gado nelore PO de seleção e produz leite a partir de um rebanho de gado girolando.
(O Estado de S. Paulo, 27/09/2006)
http://www.estado.com.br/suplementos/agri/2006/09/27/agri-1.93.1.20060927.38.1.xml

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