O nordestão que começou a soprar com furor primaveril na manhã de terça-feira (26/09) paralisou as atividades de montagem aérea da usina eólica de Osório e obrigou o pessoal dos canteiros de obras a comer poeira o dia inteiro debaixo do sol, mas em compensação fez os aerogeradores girar na rotação máxima.
A poucos dias do vencimento do prazo (30 de setembro) previsto pela Ventos do Sul Energia para o início da operação da segunda etapa do empreendimento, no Sangradouro (da Lagoa dos Barros) – a primeira etapa, no Capão da Areia, gera eletricidade desde o início de julho –, ainda faltava, na terça-feira, acoplar dois aerogeradores e suas respectivas hélices às torres mais próximas do centro de Osório e da rodovia freeway.
Mesmo que o vento parasse, permitindo a montagem dos últimos dois cataventos do Sangradouro antes das eleições de domingo, o pessoal da Wobben e da Elecnor não escapará do segundo turno, na primeira quinzena de outubro, até concluir os ajustes e testes que antecedem o "OK" da cliente, a Eletrobrás. Tudo sem estresse: as tensões que marcaram os primeiros meses da obra estão completamente diluídas.
Embora continue a corrida contra o tempo (e também contra o vento, que freqüentemente impede as operações de montagem no alto das torres), não se fala em atraso na obra, que avança rapidamente no terceiro e último segmento da usina, junto à Lagoa dos Índios, onde quatro aerogeradores estavam montados na manhã de segunda-feira (25/09). É que ali operam dois dos três superguindastes milionários da Zandoná, sem contar outros menores, capazes de elevar as torres até 20 metros de altura.
Uns pelos outros, já estão prontos 52 dos 75 cata-ventos projetados, sugerindo que a Ventos do Sul já pode começar a pensar na festa de inauguração, entre o Natal e a Páscoa.
(Por Geraldo Hasse, especial para o
JornalJÁ, 27/09/2006)