Cloro na água de torneira aumenta risco de câncer, indica estudo
2006-09-27
Empresas que vendem filtros de água normalmente reclamam que o cloro em boa parte da água de torneira causa câncer. Será que é verdade? Os cientistas afirmam que a clorificação pode produzir pelo menos um grupo de subprodutos químicos, os trihalometanos, que são considerados cancerígenos. Porém, estudos através dos anos diferenciaram se os níveis desses compostos na água de torneira realmente afeta a saúde.
Alguns estudos encontraram uma ligação com o câncer; outros não. As descobertas mais confiáveis podem ser aquelas de meta-análise, estudos grandes que obtém seus resultados através de estudos menores. Três dessas meta-análises, em 1992, 2003 e 2004, relacionaram o consumo contínuo de água com cloro com pequenos aumentos na porcentagem de câncer de bexiga, particularmente nos homens. As análises ajustaram outros fatores de risco como: idade, status socioeconômico e tabagismo. Alguns estudos analisados eram dos anos 1970, antes dos padrões federais para subprodutos do cloro serem ajustados.
Diversas agências, inclusive a Organização Mundial de Saúde, afirmam que as evidências são fracas e apontam que qualquer risco de subprodutos do cloro causar algum dano ao ser humano é pequeno ao ser comparado com a água não-clorificada. Muitos países que possuem padrões amplos de clorificação, no entanto, tiveram surtos de cólera e de outras doenças.
A Agência de Proteção Ambiental estabeleceu o nível máximo para o trihalometano na água de torneira em 80 miligramas por litro. Na maioria das cidades, os níveis são muito menores do que isto. Na cidade de Nova York, os níveis não chegam na metade do limite. Alguns estudos descobriram que subprodutos do cloro são associados com um aumento do risco de câncer, porém as descobertas são dispensadas pela maioria das organizações de saúde.
(Por Anahad Oconnor, The New York Times, 26/09/2006)
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