Acerto entre arrozeiros e multinacional pune produtor que usar insumo pirata
2006-09-26
O acordo firmado entre o Irga, a Federarroz e a Basf para legalizar o sistema Clearfield no RS
deverá levar à cobrança pelo uso da tecnologia. Apesar do acerto prever que os orizicultores
que utilizarem a variedade CL 422 e o herbicida Only não precisarão pagar royalties à
multinacional, metade dos arrozeiros que empregam a tecnologia de controle de ervas daninhas
em suas lavouras será obrigada a arcar com a taxa. Isso porque a oferta de sementes
certificadas é suficiente para apenas 180 mil hectares. O restante da área (estimada em 170 mil
hectares em 2006/07) só terá a oferta do herbicida Only , sendo cobrada taxa de 2% pelo uso do
grão multiplicado em casa. "Sabemos que não há sementes para todos, mas faremos um trabalho
para atender a todos na próxima safra", diz o diretor comercial do Irga, Rubens Silveira.
Os produtores que se declararem usuários de ambos os produtos ilegais pagarão o equivalente a
4% do preço do arroz. Já o orizicultor que burlar as regras e for autuado será tarifado em 6%.
De acordo com o presidente da Federarroz, Valter José Ptter, as mudanças irão preservar a
tecnologia e levar à reconversão para o plantio legalizado. "Pagar é sempre ruim, mas muitos
produtores utilizavam o sistema para baratear custos", coloca. Do 1 milhão de hectares
cultivados com arroz no RS, 40% utilizam a tecnologia.
(Correio do Povo, 26/09/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp