Centro de Recuperação de Animais Marinhos, de Rio Grande, devolve ao oceano 21 aves tratadas
2006-09-26
Depois de quase dois meses em tratamento no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram),
do
Museu Oceanográfico da Furg, 21 pingüins de Magalhães foram reconduzidos ao mar, ontem
(25/09).
Por volta das 9h30min, os pequenos animais foram colocados em três caixas apropriadas e
transportados do Museu até a praia do Cassino. A aproximadamente 20 quilômetros do monumento à
Iemanjá, as aves foram liberadas na beira da praia e seguiram, agrupadas, para o mar. As
fortes
ondas não os intimidaram e minutos depois eles já estavam distantes da beira-mar.
Parte do grupo foi encontrada no litoral fluminense e enviada, pelo Zoológico de Niterói, para
Rio Grande no início de agosto, para concluir o tratamento. Os demais foram achados no
litoral
Sul gaúcho e encaminhados para o Centro da Furg. Alguns chegaram ao Cram apenas debilitados
mas,
outros, estavam com parte da plumagem coberta de óleo e, após serem estabilizados, precisaram
ser submetidos ao banho de despetrolização.
De acordo com o diretor do Museu Oceanográfico, Lauro Barcellos, esses pingüins devem retornar
às suas colônias reprodutivas, localizadas na Patagônia e no Sul do Chile. No inverno, estes
animais se deslocam para a costa brasileira em busca de alimento e, a partir do final de
agosto, começam a retornar às suas colônias. Barcellos observou que é preciso chamar a atenção
para o problema da poluição do mar, pois muitos dos animais tratados no Cram foram vítimas de
óleo derramado por navios no oceano.
"A maior quantidade de animais petrolizados é vítima do óleo que fica flutuando no mar e não
de
acidentes. É importante que sejam aumentados os mecanismos de fiscalização e controle de
todas as operações efetuadas nos oceanos", observou. Permanecem em tratamento no Cram, 36
pingüins. Destes, 20 vieram do Rio.
(Correio do Povo, 26/09/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp