O projeto de despoluição do Lago Fasolo deve continuar na gaveta por, pelo menos, mais um
ano.
Desde 2005, a prefeitura se diz interessada em recuperar a área e dar novo destino a parte
do
esgoto do bairro Progresso e arredores que desemboca no açude. Mas houve poucos avanços até
aqui. O entrave existe porque o terreno pertence ao Curtume Fasolo e ao Frigorífico Aida, e
a
legislação não permite que verba pública seja investida em propriedades particulares.
A previsão era de um desfecho nas negociações, que estão sendo intermediadas pelo Ministério
Público (MP), ainda no início de setembro. A nova estimativa é que a discussão só se conclua
em 2007, arrastando ainda mais um problema que já dura três décadas.
- O atraso deve ocorrer porque, embora a prefeitura tenha entregue dentro do prazo a lista
de
áreas a serem permutadas, a informação fornecida é incompleta. Não estão informados os
valores
de cada terreno e não há como proprietários aceitarem ou não - explica Élcio Resmini de
Meneses, promotor que acompanha o caso.
Meneses deu prazo até o final desta semana para que o Executivo envie a avaliação das áreas.
Só depois disso é que as empresas serão chamadas a dizer se aceitam ou não a troca das
áreas.
No orçamento de 2006, a prefeitura assegurou R$ 100 mil para investir no lago, uma vez que a
previsão era de que as negociações estivessem adiantadas.
- Não acredito que investimentos ainda sejam feitos neste ano. Mas o importante é que a
gente
projete e negocie o que deve ser feito em 2007 - comenta o vice-prefeito, Jauri Peixoto.
As empresas se dizem dispostas a colaborar:
- Só estamos aguardando uma proposta. Entendemos que é importante recuperar a área - revela
Mauro Gasperin, diretor do Aida.
Recuperação
Para recuperar o lago de 26,5 mil metros quadrados, que em dias de calor fica com a água
esverdeada pelas algas, seriam necessários cerca de R$ 250 mil, de acordo com o secretário
de
Meio Ambiente, Volnei Tesser. Na primeira etapa, com custo de R$ 100 mil, o lago seria
esvaziado para a remoção do lodo do fundo. O passo seguinte seria desviar o esgoto que
desemboca no local. O trabalho levaria pelo menos um ano, com investimento total do
município.
Depois da despoluição, a intenção seria transformar a área em espaço de lazer aberto ao
público.
(Por Nádia Nádia de Toni,
Pioneiro, 25/09/2006)