Áreas degradadas no Acre serão reflorestadas em assentamentos
2006-09-25
O curso de capacitação em recuperação de áreas degradadas está sendo ministrado esta semana na sede do Projeto de Assentamento Humaitá do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Acre/AC, para os técnicos que compõem o grupo técnico ambiental da autarquia e da Secretaria de Assistência Técnica e Extensão Agroflorestal (Seater), objetivando a formação de educadores agroflorestais. Os 15 profissionais que estão sendo capacitados estão envolvidos diretamente na implantação do Projeto participativo de Reflorestamento nas Áreas de Reserva Legal em Projetos de Assentamento da Reforma Agrária. Serão responsáveis pela disseminação de idéias e práticas de plantios de mudas nativas e frutíferas que promovam a adequação das áreas de assentamento à legislação ambiental.
A capacitação é o ponto de partida para atacar de frente a grave questão da destruição ambiental, que nos assentamentos do Acre tem-se a agravante de ter sido estimulada desde a implantação dos primeiros projetos durante os anos 80, quando o incentivo era que os assentados não deixassem uma única árvore em pé. O resultado de hoje é um desmatamento desordenado, não sendo possível apresentar números porque o passivo ambiental ainda está sendo levantado. No entanto, informações preliminares dão conta que as áreas mais críticas estão nos municípios de Senador Guiomard, Plácido de Castro, Bujari e Rio Branco.
Esses locais, especificamente nos projetos de assentamento Limeira, Triunfo, Baixa Verde e Espinhara possuem o maior percentual de área de reserva destruída. Por isso serão o primeiro campo de atuação dos técnicos capacitados para implementar junto aos produtores o projeto participativo de reflorestamento nas áreas de Reserva Legal em assentamentos. Segundo o coordenador do Grupo Técnico Ambiental do Incra, Aristóteles Medeiros, o objetivo inicial é atingir 250 famílias dessas áreas, que receberão dos técnicos as devidas orientações sobre a metodologia de recuperação e reflorestamento de áreas degradadas e, sobretudo, a disseminação de idéias sobre a importância da preservação. "Somente a conscientização e o envolvimento do produtor poderá garantir o sucesso no processo de recuperação das áreas degradadas através do reflorestamento", finalizou.
(Página 20 – AC, 22/09/2006)
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