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2006-09-25
Encomendada pela agência de notícias da BBC ao instituto canadense GlobeScan, a pesquisa mundial revelou que a opinião pública enxerga as políticas energéticas dos governos como danosas ao meio ambiente, desestabilizadoras da economia global e ameaçadoras da paz mundial. O estudo ouviu um total de 18.779 pessoas de 19 países. No Brasil, foi conduzido pela Market Analysis, instituto de pesquisa de mercado e opinião pública.

De acordo com os resultados, oito entre dez cidadãos (81%) estão preocupados com as ameaças ao meio ambiente e ao clima resultantes da maneira atual com que os países produzem e consomem energia. Três em cada quatro cidadãos (77%) acreditam que os apagões energéticos e a elevação dos preços do setor tornarão as economias mais frágeis e instáveis – uma proporção bem próxima (73%) à dos que avaliam que a competição por mais energia levará a uma nova crise e possibilidade de novas guerras entre as nações.

Os brasileiros compartilham da mesma opinião - 73,5% admitem preocupar-se com as conseqüências para a paz mundial da competição por energia entre países. "Em outras épocas, preços altos da gasolina ou risco de apagão energético preocupavam pelo impacto financeiro ou produtivo. Hoje, as pessoas vinculam esses problemas a valores que vão além do material, às ameaças ao meio ambiente e à qualidade de vida", avalia Fabián Echegaray, diretor da Market Analysis.

A pesquisa mostra também um forte apoio popular (80%) para que os governos incentivem o uso e a geração de fontes renováveis de energias mediante redução de impostos, assim como a elevação dos padrões de eficiência no consumo de combustível nas frotas de carros (67%). A desestabilização da economia como resultado de crises de energia encontra nas Filipinas o maior índice de preocupação (95%) e na Rússia, o menor (apenas 48% - afinal, o país tem se beneficiado da disparada dos preços). No Brasil, três em cada quatro adultos expressaram estar parcial ou totalmente preocupados.

O apoio por incentivos fiscais para promover o desenvolvimento e uso de energias alternativas, como solar e eólica, é recorde na Itália (95%), seguido pela Austrália (93%), Canadá (91%) e França (91%) - entre os brasileiros, esse apoio chega a quase 87% da população.

Italianos e australianos são também os que mais apóiam a criação de novos parâmetros pelo governo no sentido de exigir das montadoras de carros soluções eficazes no uso de combustível, mesmo que isso signifique aumento de preços. Já entre os brasileiros, o apoio a essa opção fica abaixo da média mundial de 67%. Ainda assim, uma maioria de 57,1% é favorável.

Um aumento nos impostos para incentivar a conservação conta com o endosso de quase quatro em cada dez entrevistados (37%). Os ingleses são os maiores incentivadores dessa opção (62%), seguidos pelos australianos (61%). Brasileiros e poloneses lideram o movimento oposto: quase nove em cada dez (87%) não querem saber de novos impostos.

Energia nuclear em descrédito
Cidadãos do mundo estão igualmente apreensivos com o fato de os principais fornecedores de energia, especialmente Irã, cancelem seu suprimento. A opinião pública em 17 dos 19 países consultados está inclinada a desconfiar do Irã como fornecedor, à exceção do Egito e da Índia.

Para os brasileiros, a desconfiança se estende a outros países também, inclusive à vizinha Venezuela - somente 14% confiam em que o governo Chávez não praticará nenhuma chantagem ou interrupção no fornecimento de energia para o mundo, um percentual quase idêntico à percepção que se tem da Rússia e levemente mais baixo do que se tem da Arábia Saudita e do Irã.

Enquanto se discute o modelo ideal de política energética, quem perde é a energia nuclear. Apenas metade (49%) da opinião pública é favorável ao seu uso como estratégia para reduzir a dependência do petróleo e do carvão, com destaque para os indianos (66%), egípcios (65%), quenianos (65%) e sul-coreanos (65%). Os principais opositores são os ucranianos: 67% não são favoráveis, talvez por trazerem viva na memória a tragédia de Chernobyl, ocorrida em 1986. Alemães, russos e franceses também são majoritariamente contra: 63%, 60% e 57%, respectivamente. No Brasil, uma leve maioria (53,5%) se opõe ao uso da energia nuclear.

A conclusão, na análise de Fabián Echegaray, é de que urge promover uma mudança no modelo de produção e uso de energia, uma vez que o mundo o enxerga como fonte de guerras, crises econômicas e desastres ambientais. "Ele é visto como uma proposta onde todos perdem, em todos os terrenos relevantes à vida das pessoas, seja em países ricos ou pobres".

Ficha técnica
No Brasil, foram entrevistados 800 adultos residentes nas oito principais capitais do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Curitiba e Brasília), ao longo do mês de Junho de 2006. Margem de erro aproximadamente 3,46%. O estudo foi realizado e analisado pela Market Analysis.

Nos outros 18 países, o estudo foi coordenado pela rede GlobeScan. Ao todo, foram entrevistadas 18.779 pessoas. Os países participantes do estudo, além do Brasil, foram Alemanha, Austrália, Canadá, Chile, Coréia do Sul, Egito, Estados Unidos, Filipinas, França, Grã Bretanha, Índia, Israel, Itália, México, Polônia, Quênia, Rússia e Ucrânia. As pesquisas foram completadas entre Maio e Junho de 2006.

Perfil Market Analysis
A Market Analysis, instituto de pesquisa de mercado e opinião pública, já coordenou mais de 600 projetos em 20 estados brasileiros, além de cinco países da América Latina, entre os quais estão estudos regulares para clientes como American Express, Merck, Motorola, Unilever e RS Consulting. O foco do trabalho está nos setores de saúde, telecomunicações, novas tecnologias de comunicação/informação, opinião pública e comportamento social, bens de consumo geral, estudo de custo-benefício entre preços e atributos, financeiros, identificação de prospects, introdução de novos produtos e conceitos no mercado e turismo e entretenimento.

A Market Analysis realiza estudos contínuos sobre Reputação Empresarial e Responsabilidade Social. Afiliada da Abep (Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa) e da Esomar (Associação Mundial das Empresas de Pesquisa de Mercado), a empresa conta com uma equipe multidisciplinar formada por sociólogos, cientistas políticos, publicitários e estatísticos, que utilizam os mais modernos métodos de pesquisa: quantitativas e qualitativas, desk research, mystery shopping e estudos de inteligência competitiva, análise de dados e datamining. Fundada em 1997, a Market Analysis Brasil tem sua matriz em Florianópolis (SC) e a sede operacional em São Paulo (SP).
(Envolverde, 22/09/2006)
http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=22762

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