Em apenas 10 anos, a criação de Áreas de Preservação Ambiental (Apas), em locais onde a mata ciliar estava quase 45% suprimida, recuperou perto da metade do que estava devastado à beira dos rios que formam as bacias do Cubatão e do Quiriri.
Por isso, o engenheiro florestal Vilibaldo de Souza acredita que valeu a pena o esforço feito na região, mesmo diante da resistência de invasores.
- Íamos para o local escoltados pela polícia, mas conseguimos estancar as invasões - comemorou Souza.
Estudantes da região foram conscientizados
O enfrentamento de invasores (parte deles acabou saindo e sendo recolocado em loteamentos construídos pelo município) foi apenas uma das ações pós-criação da áreas de preservação.
Uma das mais eficientes medidas, no entanto, foi o trabalho de conscientização feito com as crianças das escolas da região.
- Foi através delas que começamos a atingir os adultos da comunidade, evitar a destruição da natureza e suspender até a derrubada de placas de sinalização, que eram retiradas no começo das ações - diz Souza.
A ocupação desordenada nas duas bacias foi a principal responsável pela devastação, avalia o engenheiro florestal.
Ele ajudou a plantar as 90 mil mudas de plantas nativas à margem dos rios da região.
Uma foto de satélite vista em 1999, três anos após o início dos trabalhos das áreas de preservação, já mostrava os primeiros sinais de recuperação.
- O aumento da vegetação em geral (não só da mata ciliar) era de dois, três pontos percentuais, mas isso pode ser considerado uma vitória por fomos além da contenção do desmatamento - disse Adriano Stimamiglio, engenheiro agrônomo que participou da criação das Apas.
Clima quente e úmido ajudou na recuperação
A recuperação também contou com uma ajuda da natureza, já que o clima úmido e quente pode ter colaborado no crescimento das espécies plantadas, acrescentou o diretor executivo da Fundação do Meio Ambiente (Fundema), Eduardo Schroeder.
(Por Liziane Rodrigues,
Diário Catarinense, 22/09/2006)