Novo tipo de compressor de lixo desenvolvido no Rio Grande do Sul será exportado para a Argentina
2006-09-22
Um novo tipo de compressor de lixo desenvolvido no Estado começará a ser exportado para a
Argentina nas próximas semanas. O compactador embolsador autopropelido, fabricado com tecnologia
nacional pela Ecosol - fruto da parceria entre a gaúcha Imap e a argentina Ferioli -, foi
encomendado por 18 municípios do país vizinho. A Ecosol fabrica os compactadores em Santo
Antônio da Patrulha e negocia com uma empresa argentina para produzir o material também no
país vizinho.
Até o final do ano, os compactadores serão vendidos também no Brasil, especialmente para o Rio
Grande do Sul. "Já estamos em contato com prefeituras, mas como o uso implica licença da Fepam,
as tratativas são mais demoradas", diz o diretor da Imap, José Alfredo Marques da Rocha. O
equipamento é acoplado a um caminhão e, após a coleta do lixo seco e orgânico, usa força
hidráulica para compactar e embalar o material em um pacote à base de polipropileno. Cada bolsa
comporta quatro toneladas de lixo e reduz em até seis vezes o volume coletado. Depois, é levada
até o depósito onde fica armazenado. As bolsas têm cerca de 3 metros de comprimento por um de
diâmetro.
O principal atrativo da tecnologia é o fator ecológico. Ele reduz a área onde o lixo é
depositado e isola o material em embalagens, reduzindo odores, acúmulo de insetos e poluição.
Além disso, facilita a reciclagem. O lixo reciclável fica guardado por dois anos e, depois de
abrir os pacotes, está mais solto e seco, facilitando o processamento.
A inovação também representa uma economia para os municípios, pois termina com os aterros
sanitários - alternativa poluidora e cara usada por 80% dos municípios brasileiros - e dá
lugar aos pacotes fechados. Os gastos com a coleta também caem. O custo de cada bolsa para o
município é de cerca de R$ 20,00. Os preços do compactador variam de R$ 130 mil a R$ 320 mil.
O secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais do Estado, Luiz Roberto Ponte,
avisou que a CaixaRS financiará a compra do equipamento pela prefeitura de Santo Antônio da
Patrulha, onde um projeto-piloto do compactador é desenvolvido. Os EUA já manifestaram interesse
em usar a tecnologia gaúcha e para isso deverão pagar royalties. A expectativa é que outras
nações desenvolvidas façam o mesmo. "Já patenteamos a tecnologia em diversos países", conta
Rocha.
(Jornal do Comércio, 22/09/2006)
http://jcrs.uol.com.br/home.aspx