Dos 184 municípios cearenses, apenas sete possuem aterros sanitários nas condições adequadas de uso: Aquiraz, Maracanaú, Caucaia, Pacatuba, Sobral, Nova Jaguaribara e Quixadá. Na última quarta-feira (20/09), foi iniciado um processo de readequação dos demais à legislação ambiental, a partir da assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O município de Guaiúba foi o primeiro a aderir à nova realidade.
A solenidade ocorreu na sede da Procuradoria Geral de Justiça (Rua Assunção, 1100, José Bonifácio). O documento pretende solucionar definitivamente o problema da ausência do aterro sanitário naquela cidade. Presenciaram o evento, além do prefeito de Guaiúba e presidente da Associação de Prefeitos do Ceará (Aprece), Fradique Accioly, representantes da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), da Secretaria de Infra-estrutura do Estado (Seinfra), da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Secretaria da Ouvidoria Geral do Município (Soma), e das Secretarias do Meio Ambiente dos municípios de Fortaleza e Guaiúba.
De acordo com Sheila Pitombeira, procuradora de justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ceará (Caomace), a assinatura, proposta pelo Ministério Público Estadual, em parceria com a Aprece, é o marco inicial para um longo processo de adequação. “Todos os municípios serão obrigados a fazer algo, caso contrário, os prefeitos serão processados por omissão”, ressalta.
Ainda segundo a procuradora, não há prazo determinado para regularizar, construir e operacionalizar os aterros sanitários. “Não existe tempo certo, na verdade, o que deve acontecer é a superação de etapas”, avalia Sheila.
Após a assinatura do documento, os municípios receberão dos órgãos ambientais um estudo detalhado sobre a situação da área. A partir daí, iniciarão o plano de gerenciamento de resíduos. Proximidade com águas superficiais e lençóis freáticos, disposição dos ventos e acesso, são alguns dos critérios que deverão ser analisados pelas prefeituras durante a escolha da localização dos aterros.
Sheila Pitombeira afirma que a maioria dos municípios não dispõe de recursos suficientes para a regularização da situação dos lixões. Além do governo do Estado, o Fundo Nacional do Meio Ambiente, o Ministério das Cidades, a Caixa Econômica Federal e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), também possuem linhas de crédito específicas que podem ser destinadas para a construção dos aterros.
A questão vem sendo discutida há algum tempo, já que diversos municípios não dão um destino final adequado aos seus resíduos sólidos. Muitas vezes, materiais hospitalares e industriais são deixados em locais abertos, fazendo assim, com que a população seja prejudicada, já que existe a possibilidade de contaminação.
Conforme Fradique Accioly, presidente da Aprece, as prefeituras devem solucionar definitivamente o assunto. “A partir de agora, as administrações passarão a investir em projetos de construção de aterros, nas políticas de manutenção e, sobretudo, em ações educativas”, assevera.
(
Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará, com informações do jornal Diário do Nordeste, 20/09/2006)