No Dia da Árvore, comemorado ontem (21/09), o Brasil ganha um belo presente, agora completo. Depois de levar à Internet as imagens contidas na Flora Brasiliensis, os responsáveis pelo projeto concluíram a publicação online do texto integral em latim das quase 23 mil espécies descritas em uma das obras mais importantes da botânica.
Apesar de ter seu último volume publicado há um século, a Flora Brasiliensis é considerado o mais completo e abrangente levantamento da flora nacional já realizado. Produzida entre 1840 e 1906, a obra é resultado da dedicação dos cientistas alemães Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), August Wilhelm Eichler (1838-1887) e Ignatz Urban (1849-1931).
“A versão completa da obra on-line está pronta. Além das 3.840 pranchas digitalizadas que estavam disponíveis desde março, temos agora as 10.207 páginas com os textos das descrições das quase 23 mil espécies”, disse Wanderley Canhos, diretor-presidente do Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria).
O esforço pela digitalização de todo o conteúdo da Flora Brasiliensis, obra bastante rara e de difícil consulta, partiu de uma parceria entre o Jardim Botânico de Missouri, nos Estados Unidos, e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O Cria é o responsável pelo gerenciamento do grande banco de dados reunido para o projeto, que tem apoio da Fapesp, Natura e Fundação Vitae.
“A obra está disponível para consultas na forma de banco de dados. Associada a cada página e prancha está o nome da espécie e o volume correspondente”, explica Canhos.
Para viabilizar as consultas das imagens, o Cria utilizou o software Zoomify, que divide a imagem de alta resolução em figuras menores e depois faz a remontagem de cada prancha ou página dinamicamente na internet. “Os quase 14 mil arquivos disponibilizados entre pranchas e textos são, na realidade, constituídos por cerca de 5,6 milhões de imagens menores”, disse Canhos.
Desde março de 2006, o site Flora Brasiliensis online recebeu mais de 65 mil visitantes únicos. Foram transmitidas mais de 1,8 milhão de páginas, o que gerou um tráfego de mais de 100 gigabytes. “Os principais usuários do sistema são pessoas de instituições de pesquisa do Brasil e do público em geral”, disse Canhos.
O trabalho pode ser acessado no site
Flora Brasiliensis.
(Por Eduardo Geraque,
Agência Fapesp, 22/09/2006)