Dependência energética da União Europeia aumenta para 56 por cento em relação a 2004
2006-09-22
Em 2005, a produção de energia nos 25 países da União Europeia (UE) diminuiu 4,2 por cento em relação ao ano anterior. Como consequência, aumentou a dependência energética do exterior, passando de 54 por cento em 2004 para 56 por cento em 2005. Portugal foi o segundo país mais dependente, com uma taxa de dependência energética de 99,4 pontos percentuais.
Segundo dados do Eurostat, o consumo de energia na UE a 25 manteve-se estável em relação a 2004, caindo em dez Estados membros e aumentando em 14. O Eurostat excluiu Malta por falta de informações. As maiores diminuições registaram-se na Lituânia (menos 6,3 por cento), Finlândia (4,9 por cento) e Chipre (4,5 por cento). Os maiores aumentos registaram-se na Letónia (mais 7,5 por cento), Hungria (5,9 por cento), Portugal e Eslovénia (ambos com 3,1 por cento).
Em 2005, o consumo de energia per capita foi de 3,6 milhões de toneladas de petróleo equivalente, comparados com os 7,8 dos Estados Unidos e os 4,1 do Japão (números de 2003). Os países com maior consumo de energia per capita foram a Finlândia (5,2 milhões de toneladas de petróleo equivalente), seguida da Bélgica (5,0), Holanda (4,9) e Suécia (4,6). No extremo da lista surgem Letónia (1,5), Lituânia, Polónia e Portugal (2,3).
A produção de energia na UE a 25, de todos os tipos de fontes, caiu no ano passado, com a produção de crude a diminuir nove por cento em comparação com 2004. O gás natural registou uma redução de 5,8 por cento, o carvão de 5,7 por cento e a energia nuclear 1,3 por cento. O Reino Unido foi o responsável pela produção de 70 por cento do crude, seguido da Dinamarca (15 por cento). A produção diminuiu em ambos, 11,4 por cento e 3,8 por cento, respectivamente.
O Reino Unido também foi o maior produtor de gás natural, representando 44 por cento da produção total, seguido da Holanda (32 por cento). A produção desceu 7,7 por cento e 5,9 por cento, respectivamente. Na Polónia, que produziu 57 por cento do carvão da UE25, a produção desceu 2,1 por cento. Na Alemanha (responsável por 19 por cento) e Reino Unido (13 por cento), a produção baixou 3,9 por cento e 17,9 por cento, respectivamente.
Na França, que produz 46 por cento de toda a energia nuclear na UE a 25, a produção aumentou 0,9 por cento. Mas na Alemanha, com 16 por cento da produção, caiu três por cento.
Aumento da dependência energética do exterior
As importações de energia foram dominadas pelo petróleo e gás natural, representando, respectivamente, 60 por cento e 25 por cento das importações. A compra de petróleo aumentou 2,9 por cento em 2005 e a de gás natural 9,2 por cento. Como resultado, a dependência aumentou para 56 por cento em 2005.
Os Estados membros mais dependentes das importações são Chipre (totalmente dependente), Portugal (99,4 por cento), Luxemburgo (99 por cento), Letónia (94 por cento) e Irlanda (90,2 por cento). Os países menos dependentes são o Reino Unido (13 por cento), Polónia (18,4 por cento), Estónia (33,9 por cento), República Checa (37,6 por cento) e Holanda (38,9 por cento). A Dinamarca, que produz mais energia do que aquela de que precisa, é um exportador de energia.
(Publico.PT, 21/09/2006)
http://ecosfera.publico.pt/noticias2005/noticia5615.asp