Comissão Européia quer reforçar controle sobre importações de arroz dos EUA
2006-09-22
A Comissão Europeia vai reforçar o controlo sobre as importações europeias de arroz longo norte-americano, depois de reconhecer que arroz contaminado com organismos geneticamente modificados (OGM) conseguiu passar nos testes obrigatórios, no mês passado. Dois lotes de arroz longo norte-americano inicialmente certificados como não estando contaminados com OGM e que entraram no mercado europeu – na Bélgica e Holanda – estão, afinal, infectados com transgénicos, revelaram hoje (21/09) os resultados das contra-análises.
Os lotes foram apreendidos e a Comissão Europeia "tem a intenção de reforçar as medidas, que prevêem testes ao arroz norte-americano", declarou o porta-voz do comissário europeu para a Protecção dos Consumidores, Markos Kyprianou. O porta-voz, Philip Tod, não precisou quais serão as novas disposições nem conseguiu explicar o que falhou nos primeiros testes que não detectaram OGM nos produtos. Os lotes fazem parte de uma carga de 20 mil toneladas de arroz que, no final de Agosto, foi bloqueada no porto de Roterdão por suspeita de contaminação pelo OGM LL 601, proibido na União Europeia.
A organização ecologista internacional Greenpeace defendeu a aplicação imediata de um embargo, "até que as autoridades norte-americanas ponham em funcionamento um sistema de certificação credível". Segundo a agência de segurança alimentar europeia, o consumo deste arroz contaminado "não deverá colocar riscos iminentes" para a saúde. No entanto, reconhece ter falta de informação para realizar uma avaliação totalmente conforme aos seus próprios critérios.
O OGM LL 601 foi desenvolvido pela empresa alemã Bayer Cropscience para resistir ao seu herbicida Liberty. De acordo com o porta-voz da Federação do Arroz dos Estados Unidos, David Coia, o Departamento de Agricultura já abriu um inquérito para determinar a origem da contaminação. A investigação deverá durar entre três e seis meses.
(AFP, 21/09/2006)
http://ecosfera.publico.pt/noticias2005/noticia5617.asp