(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-09-22
Nesta sexta-feira (22/09), o Ambiente JÁ traz uma entrevista exclusiva com o candidato do PDT ao governo do Estado do Rio Grande do Sul, Alceu Collares.
Collares foi advogado, professor, vereador e prefeito de Porto Alegre. Governador do Estado entre 1991 e 1994, hoje exerce o quinto mandato de deputado federal. Em 2006 assumiu a presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

Ambiente JÁ: O atual governo pretende unificar os órgãos ambientais do Estado. O que o senhor pensa sobre essa proposta?

Collares: Nossos técnicos farão um estudo sobre o assunto.

Ambiente JÁ: O maior projeto ambiental da história do Estado, o Pró-Guaíba, se arrasta por anos. Qual a sua proposta para finalmente concluí-lo? O que o candidato sabe a respeito do projeto?

Collares: O Pró-Guaíba, programa para promover o desenvolvimento socioambiental da região hidrográfica do Guaíba, deve continuar e precisa de investimentos para isso. O projeto foi criado em 1989 para durar 20 anos. Começou a ser executado no governo do PDT, mas ainda não cumpriu integralmente seu papel na recuperação ambiental, mesmo atuando nas causas e conseqüências da poluição. O Módulo I, já concluído, teve repercussão positiva em relação à educação ambiental, tratamento de esgotos, combate à erosão, controle mais rigoroso da poluição, coleta de lixo, mas sabemos que é necessário fazer muito mais. Os técnicos do PDT responsáveis por propostas relativas à preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável estão fazendo estudos para viabilizar sua continuidade.

Ambiente JÁ: Conforme o IBGE, mais de 70% do Rio Grande do Sul é desprovido de saneamento básico. Sabendo que, ao deixar de investir nessa área, o Estado acaba gastando cinco vezes mais no tratamento de doenças, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, como resolver a questão?

Collares: É preciso fazer um forte investimento em saneamento básico , aumentar coleta e tratamento de esgotos sanitários. Hoje, só 30% dos esgotos estão canalizados e, desse total, apenas 20 % são tratados. Nossa meta é implantar métodos de tratamento simples e eficientes, com pré-sedimentação do esgoto seguido de pós-tratamento em banhados construídos, leito de juncos, lagoas ou filtros biológicos. A coleta e o tratamento devem ser descentralizados para reduzir gastos. Os sistemas centralizados são caros. Seu custo corresponde a 80% dos investimentos e a 65% dos custos operacionais.

Ambiente JÁ: O Rio Grande do Sul, em especial a região do Pampa, está recebendo investimentos do setor da silvicultura que podem alcançar a cifra de US$ 3 bilhões. No entanto, a chegada das empresas do setor é mal-vista no meio ambientalista. O que o senhor pensa a respeito?

Collares: O Rio Grande do Sul é hoje um importante produtor de madeira, com o pinus (nas regiões do Planalto ,São Francisco e Cambará do Sul), a acácia-negra (em Montenegro, Bom Retiro, Triunfo e Taquari e municípios vizinhos), o eucalipto (Depressão Central e Serra do Sudeste). Produzimos madeira para a indústria madeireira, de laminados, de tanino, de celulose e lenha. Quanto ao eucalipto na Metade Sul, é necessário conciliar os interesses econômicos com a proteção ambiental. A alegação de que as florestas de eucalipto se constituiriam em "desertos verdes" é exagerada. O eucalipto não é uma espécie danosa em si. O problema aparece quando é utilizada como monocultura.
A silvicultura no sul do Estado não pode ser dispensada por sua importância para o desenvolvimento econômico da região. O que se deve fazer é um zoneamento adequado para as plantações, conservando as áreas protegidas, garantindo a manutenção das paisagens naturais do Pampa. Para isso, é necessário exigir o licenciamento para implantação das florestas exóticas dado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

Ambiente JÁ: Qual será a política de seu governo em relação à implantação de novas usinas termelétricas e hidrelétricas?

Collares: O atual sistema de transmissão suporta o atendimento em condições normais até 2007. Há necessidade de fazer investimentos em hidrelétricas e termelétricas, bem como incentivar os autoprodutores.
Temos que aproveitar a abundante reserva carbonífera e a presença de rios adequados. Como os investimentos são altos, devem ser concentrados em pequenas e microcentrais hidrelétricas, sem descuidar de usinas maiores. Em relação às termelétricas a carvão, é preciso muito cuidado para evitar a poluição atmosférica.

Ambiente JÁ: Há críticas de que os processos de licenciamento ambiental vêm sendo apressados para agilizar empreendimentos, sob o argumento da geração de emprego e renda. O senhor considera a questão ambiental como um entrave ao desenvolvimento?

Collares: O PDT tem como política promover o desenvolvimento sustentável. É preciso incentivar o crescimento econômico para gerar mais empregos e, ao mesmo tempo, garantir um ambiente preservado e saudável para as futuras gerações.

Ambiente JÁ: O senhor pretende criar novas Unidades de Conservação? Se sim, quais?

Collares: Este assunto está em estudo.

Ambiente JÁ: O que o candidato pensa a respeito do carvão mineral na matriz energética do Estado?

Collares: Deve ser dada ênfase à utilização do carvão gaúcho na matriz energética do Estado para reduzir nossa dependência de fontes energéticas externas e incentivar a mineração para trazer reflexos positivos a nossa economia. O aspecto ambiental deve ter atenção. A queima do carvão e altamente poluidora e há necessidade de investir na recuperação das áreas mineradas a céu aberto.

Ambiente JÁ: Que ações seu governo desenvolverá pra estimular a implantação de energias alternativas?

Collares: Vamos dar ênfase à implantação de fontes de energias alternativas compatíveis com as características de nosso Estado, por exemplo, energia eólica e biodiesel, com plantações de mamona e outras culturas.

Ambiente JÁ: Que ações específicas seu governo pretende desenvolver em relação à educação ambiental?

Collares: (O candidato não respondeu.)

Segunda-feira (25/09), leia entrevista com o candidato Germano Rigotto (PMDB)

Notícias relacionadas.
Entrevista com Olívio Dutra
Entrevista com Yeda Crusius

Por Carlos Matsubara, 21/09/2006

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -