Nesta quinta (21/09), Dia da Árvore, estará finalizada a primeira fase de um projeto que tem como proposta mapear e identificar, por meio de plaquetas, as árvores existentes no bairro da Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, a fim de aproximá-las da vida das pessoas.
Trata-se do Projeto Vila Viva, uma iniciativa da assessoria do site Vila Madá (www.vilamada.com.br), que conta com o apoio do Herbário do Departamento de Botânica do Instituto de Biociências (IB) da USP e da Subprefeitura de Pinheiros.
O site é feito por colaboradores e simpatizantes do bairro. A iniciativa começou a tomar forma no início deste ano, quando a empresária Rosely Bancaglione, uma das participantes do site, procurou o professor José Rubens Pirani, do IB, com a intenção de desenvolver um projeto que proporcionasse conhecimento e interatividade com a grande diversidade de espécies de plantas existentes na região. Pirani logo se interessou a colaborar, oferecendo as informações botânicas necessárias para a implementação da idéia e hoje é coordenador científico do projeto.
Na primeira fase, priorizou-se o mapeamento da região da Praça Raphael Sapienza, junto ao cruzamento das ruas Rodésia e Jericó. "Nessa fase, já foram identificadas 150 espécies diferentes de plantas", conta o professor.
Nas quatro visitas de mapeamento feitas na região, foram identificadas espécies raras da arborização paulistana, como o pau-brasil e araucária. Outras, como tipuana, sibipiruna, alfeneiro, eucalipto, jacarandá mimoso, ipê amarelo e ipê roxo, que são comuns na região de São Paulo, apresentaram um grande número de exemplares no bairro.
Nas placas de identificação, constam o nome científico e vulgar e a procedência da árvore. Já no site Vila Madá, é possível encontrar mais informações, como as características de cada planta, a época de florescimento, a forma de polinização, além de fotos da floração e de frutos.
Educação interativa
O projeto mostra-se também relevante como forma de ser uma base para que as escolas da região promovam atividades educativas interativas. "O projeto é mais uma forma de a Universidade desenvolver uma atividade de extensão, envolvendo base científica consolidada mas também alcançando a população de uma forma mais acessível", afirma Pirani.
Os idealizadores do projeto esperam desdobramentos futuros da iniciativa, como o envolvimento dos comerciantes locais, das escolas e da própria Prefeitura, e a realização posterior no site de um mapa de localização das árvores. Além disso, segundo o professor do IB, o projeto permite que se crie, no futuro, por meio de um o banco de dados que está sendo construído, um sistema de monitoramento e acompanhamento dos exemplares existentes.
Além de contar com a participação de professores do IB, o projeto Vila Viva também envolve alunos do Instituto. Lia Bezerra Monguilhot, aluna de mestrado, Leonardo Maurici Borges e Juliana El Ottra, alunos de iniciação científica, colaboram mapeando e recolhendo informações para elaboração das plaquetas.
(Por Vanessa Portes,
USP online, 21/09/2006)