Setor do milho na Argentina quer produzir e exportar etanol
2006-09-21
A Maizar, uma associação que congrega integrantes de vários setores da cadeia produtiva do milho na Argentina, lançou um plano para promover a produção de etanol no país. A entidade prevê investimentos de US$ 4 bilhões e exportações de 4 bilhões de litros por ano. "Observamos que muitos países começam a exigir uma mistura de etanol em seus combustíveis fósseis. E os Estados Unidos podem ser um importante importador do álcool argentino", afirma Martin Farguio, diretor-executivo da Maizar.
A Argentina ainda não produz etanol, mas as exportações de milho estimadas em 11,5 milhões de toneladas na safra 2006/07 mostram que há um grande espaço para o crescimento dessa indústria. Para tornar a produção de álcool viável, diz a Maizar, os argentinos teriam de aumentar em cerca de 1,3 milhão de hectares a área destinada ao cultivo de milho e sorgo, o que significaria uma produção adicional de 10 milhões de toneladas de grãos.
O país também terá de investir cerca de US$ 2 bilhões na construção de 30 a 40 destilarias. Outros US$ 2 bilhões seriam necessários para viabilizar projetos de infra-estrutura auxiliar, acredita Juan Gear, presidente da Maizar. "Com a cotação do petróleo acima de US$ 60/barril e a tonelada do milho vendida a US$ 88 no mercado local, há uma grande motivação para transformar nosso grão em combustível", afirma Gear, que apresenta apenas um obstáculo para o sucesso do plano. "Se, amanhã, o preço do barril de petróleo voltar à casa dos US$ 18, então teremos de conversar sobre isso novamente", afirma.
(Estadão, com informações de Dow Jones, 20/09/2006)
http://www.estadao.com.br/agronegocios/noticias/2006/set/19/346.htm