LBA estuda interações entre Amazônia e o aquecimento global
2006-09-19
Quando o avião começa a planar, já a poucos quilômetros de Manaus, aparecem da janelinha
algumas – e são muitas - pequenas bolas vermelhas. São as queimadas, a devastar,
dia-a-dia, mês a mês, ano após ano, a maior floresta tropical úmida do nosso Planeta.
E, na própria capital do Estado do Amazonas, a fumaça do lixo queimado é persistente. E
intoxicante, afetando especialmente as crianças e os idosos.
Dizem os habitantes de Manaus: trata-se de antigo hábito cultural. O lixo, em particular
as folhas secas caídas nesta época de Verão no Norte do Brasil, é incinerado nas
periferias da capital, com suas temíveis conseqüências para as populações.
Em maio deste ano, a Comissão Européia apelava aos cidadãos das 25 nações da EU (União
Européia): apaguem as luzes, descongelem o refrigerador. E comecem a caminhar mais. São
os esforços para tentar combater o aquecimento global. A campanha por lá tem título:
“Você controla as mudanças climáticas”. Há uma lista de 50 recomendações para os
europeus seguirem, num esforço para reduzir as emissões dos gases do efeito estufa.
O LBA em Manaus participa da luta global contra o aquecimento da Terra. É a sigla para o
Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia. O programa, liderado
pelo Brasil, busca a cooperação científica internacional em pesquisas do meio ambiente.
A meta do LBA é, justamente, estudar as interações entre a Floresta Amazônica e as
condições atmosféricas e climáticas. Tanto em escala regional, como global. O Ministério
da Ciência e Tecnologia brasileiro (MCT) coordena o programa, enquanto o INPA (Instituto
de Pesquisas da Amazônia) responde pela implementação e coordenação científica.
Criado em 1998, através de acordos e protocolos internacionais, o LBA é financiado por
inúmeras agências de fomento brasileiras. E conta ainda com os importantes apoios da
NASA norte-americana e da Comissão Européia.
Participam dos trabalhos conjuntos no LBA mais de 1.600 pesquisadores e cientistas, de
63 instituições brasileiras, além de outros 30 organismos estrangeiros. São de países da
Bacia Amazônica – Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela = além de intercâmbios e
colaborações com instituições estadunidenses e de oito países da Europa.
As grandes questões
O programa do LBA busca responder a duas perguntas básicas:
1. Como a Amazônia funciona dos pontos de vista da Biosfera e da Atmosfera, e qual a sua
influência nas atuais mudanças climáticas?
2. De que forma as mudanças no uso da terra na Amazônia e mais a virada climática estão
afetando as funções biológicas, químicas e físicas da região, incluindo aí a
sustentabilidade do desenvolvimento na região?
As pesquisas do LBA já tornaram disponíveis aos povos da Amazônia, do Brasil e países
vizinhos, bem como à comunidade científica mundial, enorme acervo de conhecimentos até
então inéditos. Para levar ao conhecimento público estas pesquisas e seus
desdobramentos, o programa criou programa de comunicação, com vários produtos de
divulgação científica.
Houve, neste plano, a reformulação do ´website´ do LBA e a produção de vídeo de oito
minutos, nas versões em português, espanhol e inglês. Este vídeo foi mostrado aos
repórteres nacionais e internacionais durante a visita técnica ao LBA, no começo deste
mês de setembro.
Também são elaborados periodicamente textos de divulgação científica sobre as pesquisas,
escritos em linguagem apropriada à compreensão do público leigo. Esses primeiros textos
podem ser encontrados na `homepage` do INPA-LBA (http://lba.inpa.br). Podem ser
reproduzidos pela mídia, uma vez citada a fonte. Ou empregados como sugestão de pauta
para jornalistas interessados em produzir matérias ambientais e/ou científicas.
O pesquisador José Antônio Marengo Orsini, por exemplo, redigiu interessante texto sobre
o tema “Pesquisa sobre possíveis impactos da mudança do clima associados ao desmatamento
da Floresta Amazônica”. Já o pesquisador Paulo Artaxo escreveu sobre “Cientistas estudam
como a destruição da Amazônia causa mudanças no clima da América do Sul e do mundo”.
Os contatos para os jornalistas interessados podem ser dirigidos ao Setor de Divulgação
Científica do LBA, Escritório Central, INPA – Campus 2, Bairro Aleixo – Manaus (AM),
CEP.: 69060-001. Ou por correio eletrônico com Gloria Malavoglia (glorilba@inpa.gov.br);
Carolina Gabrioti (gabrioti@inpa.gov.br); Ana Paula Freire (anap@inpa.gov.br) ou,
ainda, com Érika Schloemp (lbamao@inpa.gov.br).
(Por Renato Gianuca, Ecoagência, 18/09/2006)
http://www.ecoagencia.com.br/index.php?option=content&task=view&id=1837&Itemid=2