Plano Diretor de Santa Cruz do Sul pode inibir investimentos na construção civil
2006-09-19
A Câmara deu início nessa semana à análise do Plano Diretor (PD) de Santa
Cruz do Sul. O
Estatuto das Cidades
prevê que os novos projetos estejam implantados até 10 de outubro, mas isso
dificilmente
vai ocorrer no município.
O encontro teve a participação do coordenador do Grupo de Trabalho do Plano
Diretor
(GTPD), Eduardo Baumhardt,
e do coordenador do Departamento do Meio Ambiente, Clero Ghisleni. Uma das
queixas dos
vereadores foi em
relação ao prazo inferior a 30 dias para análise da matéria. Ilário Keller
(PTB) lembrou
que o Executivo trabalhou por
mais de um ano na elaboração do projeto. “A matéria é complexa e a Câmara
não irá votá-la
sem um debate com a
comunidade.”
Hildo Ney Caspary (PP) e Carlos Augusto Gerhard (PMDB) manifestaram
preocupação com o
artigo que prevê a
apresentação de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) para a obtenção de
licenças para
construções. O pepista
disse entender que essa exigência deve limitar-se às obras não previstas no
Plano
Diretor. “Se não for assim,
Santa Cruz vai se tornar uma cidade inviável para quem quiser investir na
construção
civil.”
Gerhard acrescentou que o EIV poderá gerar atritos na Justiça. “Se uma
construção
precisar se resolver nos
tribunais, vamos inibir os investidores.” Até que a Justiça dê uma posição
final, frisou
que um projeto poderá estar
inviabilizado. No seu entender, o PD deve preocupar-se mais com as questões
que envolvem
a expansão da cidade,
o controle da poluição e outros.
TRÂNSITO – O vereador Edmar Hermany (PP) comentou que o plano deve
dar uma atenção
especial ao
setor de trânsito, independente dos estudos que estão sendo feitos por uma
empresa
terceirizada. Conforme ele, é
preciso que sejam retomados os estudos para ligar a Rua Gaspar Silveira
Martins com o
Bairro Bom Fim e, daí,
com o Arroio Grande e o Distrito Industrial.
Disse que o mesmo deve ser feito na Rua São José em direção ao Bairro
Pedreira, o que
também permitiria a
ligação com o Distrito Industrial. Essas duas vias, destacou ele, iriam
absorver grande
parte do trânsito que hoje
passa pelo Centro.
EXIGÊNCIAS
O coordenador do Dema, Clero Ghisleni, comentou que o Estudo de Impacto de
Vizinhança
será regulamentado
em lei complementar. Conforme ele, essa medida é uma exigência do Estatuto
das Cidades.
“A Câmara de
Vereadores, em lei específica, vai dizer quando o estudo deverá ser
apresentado.”
Quanto ao sistema viário, explicou que as medidas previstas no PD em vigor,
como a melhor
utilização das ruas
Thomas Flores e São José, estão mantidas. Lembrou que o plano, em muitos
artigos,
apresenta diretrizes. A partir
delas, a discussão será ampliada.
(Gazeta do Sul, 15/09/2006)
http://www.gazetadosul.com.br/default.php?arquivo=_noticia.php&intIdConteudo=61255&intIdE
dicao=955