Nasa lança avião capaz de medir o poder de destruição dos ventos das supertempestades
2006-09-19
Já houve um Ernesto. Já existiu um Florence. Já marcou presença um Katrina. Agora é a
vez de Gordon atormentar os americanos. Sim. Gordon é um furacão que está se formando
rapidamente sobre as águas quentes do oceano Atlântico, próximo às Antilhas, e ameaça
varrer a costa leste dos EUA com ventos de mais de 120 quilômetros por hora. Mas nem
tudo são más notícias. Na semana passada, a Agência Espacial Americana (Nasa) anunciou o lançamento de seu mais novo aeromodelo, uma espécie de caça-furacão. Chama-se Aerosonde e tem força suficiente para penetrar na tempestade e traçar o seu perfil.
Pilotado à distância com a ajuda de satélites, o Aerosonde custou US$ 50 mil ao governo
americano e entrará em operação sempre que furacões estiverem em formação. Dentro deles,
esse avião lançará milhares de minissondas que se movimentarão ao sabor dos ventos, e,
dessa forma, será possível medir, durante 36 horas, a força e a direção dos ventos, a
pressão e a umidade do ar. Todos esses dados serão transmitidos em tempo real aos
computadores das estações meteorológicas situadas no Estado americano da Flórida.
Os furacões se formam sobre as águas quentes do oceano e costumam ficar cada vez mais
perigosos à medida que avançam rumo ao continente – quanto mais quente for a água, mais
poderosos eles ficam. O sinal amarelo das estações meteorológicas acende toda vez que
essas espirais de nuvens, fotografadas por satélites, sopram ventos com velocidade
superior a 85 quilômetros por hora. Como o aquecimento global esquentou demais os mares,
os especialistas garantem que as próximas tempestades terão mais força que o Katrina, o
gigante que destruiu Nova Orleans no ano passado. O alerta é do Lawrence Livermore
National Laboratory, um conceituado centro de pesquisas climáticas. Cálculos
preliminares indicam que o poder de destruição desses superfuracões será equivalente à
explosão de dez milhões de toneladas de dinamite.
(IstoÉ, 20/09/2006)
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