Mídia deve incentivar e repercutir ações ambientalmente responsáveis
2006-09-18
A mesa-redonda “A mídia como incentivadora de ações ambientalmente responsáveis” abriu as atividades do I Encontro Brasileiro de Responsabilidade Socioambiental na última quinta-feira (14/09), em São Leopoldo (RS).
Participaram o diretor da Agência Pauta Social, José Antônio Vieira da Cunha, o vice-presidente do Grupo RBS, Affonso Antunes da Motta, o gerente de redação do Jornal VS, Demétrio de Azeredo Soster, e o apresentador do programa Guaíba Ecologia, João Garcia, com mediação do jornalista Mário Villas-Bôas da Rocha, da Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI).
Affonso Motta pontuou que, historicamente, o protagonismo dos meios de comunicação vem influenciando a opinião pública; porém, estando a mídia cada vez mais segmentada, não há condições de se estabelecerem vínculos sociais. Citando campanhas contra a violência infantil e em prol da educação, realizadas pela RBS recentemente, demonstrou que os veículos dão sua contribuição objetiva através de doação de mídia para ações de mobilização social e conscientização. “Este evento representa uma oportunidade de aperfeiçoamento para nossas ações de cobertura editorial”, relatou.
Demétrio Soster traçou a história do jornalismo e de que forma foi adquirindo papel socialmente responsável. Para ele, o jornal é um vetor de transformação social, deve provocar e repercutir. Citou os projetos Monalisa, que em parceria com universidades e empresas mapeia nascentes, e o Martin Pescador, voltado para a integração do Rio dos Sinos com a cidade de São Leopoldo, ambos apoiados pelo Grupo Sinos.
“Nós da mídia não estamos dando a devida atenção aos problemas do meio ambiente”, apontou João Garcia, enumerando vilões da sociedade, como poluição e poucos investimentos em saneamento básico. Garcia defendeu o que chamou de “ecopedagogia”, ou seja, ensinar as crianças e reeducar os adultos. “O Brasil é um país de muitas leis, mas na questão ambiental ainda faltam normas, como por exemplo a destinação de baterias e pilhas”, finalizou.
Para Vieira da Cunha, “a mídia não é uma definidora de regras, ela é uma mensageira”. Sua agência Pauta Social, há dois anos no ar e com abrangência nacional, oferece para jornalistas, pesquisadores e formadores de opinião informações atualizadas sobre o tema. Pesquisa realizada pela Universidade de Harvard (EUA), no ano passado, revelou que 75% dos consumidores preferem marcas e produtos envolvidos em algum tipo de ação social.
(Nota Dez, 15/09/2006)