O Brasil chegará a 2015 com uma oferta de gás natural de cerca de 152 milhões de metros cúbicos por dia, 24 milhões de metros cúbicos acima do consumo previsto para aquele ano. A garantia foi dada pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Em palestra no Rio Oil & Gas, ele apresentou estimativas indicando que a demanda no país passará dos 60 milhões de metros cúbicos por dia, em 2006, para 128 milhões de metros cúbicos em 2015. Segundo ele, a maior fatia dessa demanda ficará com as concessionárias de distribuição de gás natural, com consumo de 60 milhões de metros cúbicos diários, enquanto as usinas termelétricas responderão por demanda/dia de 47 milhões de metros cúbicos. Já o consumo industrial da Petrobras chegará aos 21 milhões diários de metros cúbicos.

O presidente da EPE avaliou que, até 2008, o Brasil deverá ter dificuldades para abastecer o mercado interno. No entanto, de acordo com Tolmasquim, no ano seguinte "a situação estará mais tranqüila, e no ano de 2011 a produção já deverá ficar um pouco acima da demanda interna".

A curva de oferta projetada pela Empresa de Pesquisa Energética inclui, para 2015, o recebimento de 61 milhões de metros cúbicos por dia de campos já descobertos pela Petrobras no país; de 36 milhões a partir de novas descobertas feitas em blocos já em exploração; e de 35 milhões de metros cúbicos diários decorrentes das exportações - 30 milhões da Bolívia e 5 milhões da Argentina. Outros 20 milhões de metros cúbicos diários virão das duas unidades de regaseificação (Plantas de Gás Natural Liquefeito) que a Petrobras instalará no Rio de Janeiro e no Ceará.
(Correio do Povo, 17/09/2006)
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