Governo chinês criará bolsa para créditos de carbono
2006-09-18
A China, que abriga seis das dez cidades mais poluídas do mundo, pretende instalar uma
bolsa de créditos de carbono até o final do ano para concorrer com as maiores bolsas que
negociam esses contratos, disse quinta-feira (14/09) um alto funcionário da Organização
das Nações Unidas (ONU).
O governo chinês está operando em colaboração com o Programa de Desenvolvimento da ONU
(Pnud) na formulação dos detalhes para a instauração da entidade, disse Khalid Malik,
representante residente do Pnud na China. O país só perde para os Estados Unidos em
termos de utilização de energia. Segundo Malik, a China deverá captar 35% do mercado
mundial de créditos de carbono, que movimenta cerca de US$ 600 bilhões.
A bolsa será semelhante às operantes nos Estados Unidos,
onde o governo limita as emissões de dióxido de enxofre e autoriza as indústrias e
centrais de serviços públicos a negociarem créditos de emissões voluntariamente, ou o
direito de lançar dióxido de carbono na atmosfera.
Mercado voluntário
A China, que quer contar com um meio ambiente menos poluído antes de sediar os Jogos
Olímpicos de 2008 em Pequim, poderá levar algum tempo para obter o resultado almejado,
disse o analista Lorraine Tan. "A bolsa de commodities na China, principalmente de
energia, ainda está na primeira infância", disse Tan, diretor de pesquisa da Standard &
Poor’s Investment Service de Cingapura. A China não tem atualmente uma meta de emissões
para suas centrais geradoras de energia elétrica, disse Malik em entrevista concedida
quinta-feira em Urumqi, na região autônoma chinesa de Xinjiang.
A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e o Ministério da Ciência e Tecnologia
chinês estão trabalhando em cooperação com o Pnud na criação do empreendimento da bolsa
de emissões, que será voltada para o mercado interno.
A Bolsa Climática de Chicago foi a primeira do gênero (que negocia reduções voluntárias
de emissões de gases de efeito estufa) no mundo. A Europa é o maior mercado mundial de
créditos de carbono.
(Bloomberg News/Gazeta Mercantil, 15/09/2006)
http://www.gazetamercantil.com.br/integraNoticia.aspx?Param=10%2c0%2c1%2c205907%2cYTRE