A Aracruz Celulose prevê investir de US$ 20 milhões a US$ 30 milhões em terminais hidroviários nos municípios de Guaíba, Cachoeira do Sul e Rio Pardo. O diretor de Operações da Aracruz, Walter Lídio Nunes, informa que o projeto será detalhado até novembro de 2007, quando se prevê o começo das obras. Os terminais servirão para atender às necessidades da empresa quando concluída sua ampliação. Atualmente, a companhia produz em torno de 430 mil toneladas ao ano de celulose no Rio Grande do Sul. Entre 2010 a 2015, a produção saltará para cerca de 1,75 milhão de toneladas anuais.

Nunes explica que os novos terminais servirão para que a unidade da Aracruz em Guaíba receba a matéria-prima que utiliza, a madeira. No Estado, a Aracruz tem um terminal em Guaíba que serve para escoar a celulose pela Lagoa dos Patos até o porto de Rio Grande. "Os novos complexos abrem a possibilidade de obtermos a matéria-prima em pontos mais distantes evitando a necessidade de implantação de grandes blocos de plantação de eucaliptos", comenta Nunes. Quando pronta a expansão da Aracruz, que absorverá um investimento de cerca de US$ 1,3 bilhão, a expectativa é de que sejam movimentadas cerca de 6,2 milhões de toneladas de madeira ao ano pela empresa no Rio Grande do Sul. O modal rodoviário deverá absorver em torno de 60% desse volume de carga e o hidroviário, 40%. Segundo Nunes, isso representará um incremento de 20% a 25% na movimentação pela hidrovia do Rio Jacuí.

"A hidrovia é uma alternativa econômica e eficaz, mas será preciso que o governo invista em dragagem, sinalização e em outros pontos para qualificar esse modal", diz Nunes. Além dos projetos na hidrovia interna do Estado, o executivo revela que Aracruz e Votorantim estudam a viabilidade de implantação de um terminal especializado em escoamento de celulose no porto de Rio Grande.

O projeto de logística hidroviária da Aracruz foi apresentado ontem (15/09) em seminário promovido pela companhia em parceria com a Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai) na CaixaRS. Também estiveram presentes o secretário da Sedai, Luis Roberto Ponte e outras autoridades.
(Por Jefferson Klein, Jornal do Comércio, 15/09/2006)
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